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Empresas ampliam janelas e integram salas para deixar funcionário mais feliz

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SAO PAULO, SP, BRASIL, 28.01.18 1h O que vai bombar no Carnaval 2018 nas ruas. Denny Azevedo, 34, e Ricardo Don, 31, artistas, no Academicos do Baixo Augusta. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, COTIDIANO)
Área externa com jardim da desenvolvedora de softwares Totvs, na zona norte de São Paulo

Uma pesquisa feita neste ano pela consultoria Future Workplace com 1.614 trabalhadores norte-americanos apontou que 78% consideram o acesso a luz natural e janelas como um fator que aumenta o bem-estar no ambiente de trabalho.

O excesso de iluminação artificial e de ambientes fechados, sem contato com o mundo exterior, fazem com que 47% dos entrevistados se sintam cansados e 43%, tristes.

"O dia a dia já é sofrido e, se você fica em um ambiente enclausurado, piora", diz Samyr Castro, fundador da BankRio, uma consultoria de planejamento financeiro que se mudou há um mês para um novo escritório no centro do Rio.

Castro achou um espaço com grandes janelas e vista para o mar e a ponte Rio-Niterói. "A paisagem dá energia e passa uma imagem de credibilidade e solidez quando o cliente vem aqui."

A luz natural permitiu reduzir o uso de lâmpadas, o que, diz Castro, diminuiu em 30% o consumo de eletricidade.

Para melhorar o bem-estar nas empresas, a arquiteta Ana Paula Briza, do escritório Triarq, afirma que, em projetos corporativos, sempre deixa perto das janelas as áreas onde as pessoas passam mais tempo trabalhando.

Na falta da vista externa, o arquiteto Pietro Terlizzi afirma que papel de parede com paisagem é uma opção para dar conforto visual.

Ana Paula recomenda o uso de mais de um tipo de iluminação no mesmo ambiente, para que o funcionário possa desligar a luz fria e trabalhar com uma luminária, se preferir. "Já tem o computador, às vezes você não precisa da luz branca em cima da cabeça."

O novo escritório da BankRio também aboliu as divisórias, o que inclui o local de trabalho de Castro. "Não ter separação entre colaboradores e chefes facilita a gestão. Fico sabendo rapidamente de deficiências e qualidades de cada um e entendo melhor os problemas", afirma.

Integrar a empresa foi uma das ideias por trás da mudança da Totvs, desenvolvedora de softwares. A sede atual, na zona norte de São Paulo, reúne setores que ficavam em prédios espalhados pela cidade.

Os espaços não têm divisórias. Há um tobogã entre dois andares e varandas com jardins, onde funcionários podem almoçar, descansar e fazer confraternizações.

"O pessoal ficou animado no prédio novo. Não tem o carpete que dava rinite, nem ar-condicionado desregulado", diz a analista Samara Ramos, 28. "Quando estamos nervosos, vamos na varanda tomar sol e ver os aviões passando."

Segundo Rita Pellegrino, diretora de RH da companhia, o prédio foi inspirado nas empresas do Vale do Silício, na Califórnia, e aumentou o engajamento dos funcionários.

O número de postagens positivas em redes sociais que citavam a Totvs cresceu 65% nos primeiros seis meses depois da mudança de endereço.

Outro resultado foi a queda no número de faltas. De acordo com Rita, a média no setor de tecnologia é de 5% ao ano, mas lá foi reduzido para 1,5%.

Além de mudar para outro escritório, com muitas plantas e janelas, a empresa de tecnologia Finnet resolveu apostar em novos ares para os funcionários como uma medida para melhorar a produtividade. O programa Hárpia leva um grupo para passar dois meses em um coworking, sem diretores para vigiá-los.

O espaço selecionado foi o WeWork da avenida Paulista, onde eles podem escolher o local em que vão trabalhar e criar sua própria rotina, além de interagir com trabalhadores de outras empresas e profissionais autônomos.

O programa está agora em sua segunda turma. A primeira já voltou ao escritório e, de acordo com o diretor de marketing da Finnet, Antonio Piccinini, está mais entrosada e produtiva. "Demos autonomia, sem se esquecer dos prazos, e eles corresponderam com alto nível de gestão e de maturidade", afirma.

Empresas de setores tradicionais também podem ter um ambiente de trabalho mais confortável, sem precisar parecer uma startup.

A arquiteta Ana Paula Briza, que fez um escritório de uma firma de advocacia, colocou revestimento de tijolinhos na parede da sala de reuniões, onde também há uma planta, um espelho e um sofá, para dar uma cara de casa. O espaço mescla luz fria e luz quente. "Assim fica mais pessoal", afirma.

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