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guia do mba

Empresas e funcionários lucram com programas de MBA corporativo

Bruno Santos/Folhapress
Bárbara Helen Fernandes, 32, que faz MBA corporativo na FGV 
Bárbara Helen Fernandes, 32, que faz MBA corporativo na FGV 

Investir num MBA corporativo –modelo em que empresas encaminham funcionários a programas montados para tratar de problemas reais da companhia– é uma forma de alavancar a carreira dos empregados e os lucros das organizações.

"É uma relação ganha-ganha. O profissional recebe uma valorização, e a empresa passa a ter gente mais qualificada e com insights que podem ser implementados imediatamente", afirma João Lins, diretor-executivo do programa In Company da FGV.

Esse tipo de educação não é novo no Brasil, mas tem perspectiva de crescimento num ambiente competitivo.

"Cada vez mais as empresas querem coisas personalizadas, pensadas para elas. Às vezes, não adianta pegar o programa de um MBA que já existe e querer replicar igualzinho para resolver os problemas", diz Marisa Eboli, especialista em educação corporativa.

Analista na área de segurança no Bradesco, onde trabalha há dez anos, Bárbara Helen Fernandes, 32, diz estar aproveitando bem uma oportunidade do tipo. Ela está cursando, junto com colegas de trabalho, um MBA customizado na FGV.

"A experiência tem sido rica. Faço o programa há apenas dois meses e já consegui otimizar alguns processos no meu trabalho", afirma a analista. O curso dura 18 meses e é ministrado na sede da FGV em São Paulo.

Bárbara é formada em direito e já pensava em fazer uma pós-graduação alinhada com seu trabalho quando recebeu o convite do banco.

"De qualquer forma eu ganho. Ainda que não seja promovida, se um dia eu acabar saindo do Bradesco, terei um currículo mais valorizado. E as aulas são num lugar que talvez, pelo preço, eu não tivesse a oportunidade de fazer", afirma.

O banco aposta nesse modelo de MBA desde 1998. Além dos ganhos de produtividade que um profissional mais bem qualificado pode proporcionar, Glaucimar Peticov, diretora da instituição, chama a atenção para outra vantagem do sistema.

"Em grandes corporações, muitas vezes há funcionários que nem se conhecem. Ou, caso se conheçam, só se comunicam por email ou telefone, de uma maneira formal. Quando estudam juntos, criam mais laços e isso se reverte numa sinergia que ajuda no ambiente de trabalho, diz.

Cerca de 7.600 funcionários do banco já participaram desse tipo de programa.

Segundo Glaucimar, a ideia é que, gradativamente, todos os funcionários passem por aperfeiçoamento profissional. "O banco precisa mesmo disso. Não faz para 'sair bem na foto'. Muitas vezes o MBA supre até mesmo uma formação universitária não muito valorosa", afirma Glaucimar.

Mas se engana quem pensa que só as grandes corporações enviam colaboradores a universidades corporativas.

"Há empresas médias que também apostam nesse modelo. Uma alternativa para elas, que a gente vê muito, é dividir os custos do curso com o funcionário, como se fosse um sistema de coparticipação", diz João Lins, da FGV.

Ainda assim, nem todas as empresas que encorajam seus funcionários a fazer pós-graduação necessariamente pagam ou os colocam em programas corporativos.

Silene Magalhães, diretora de pós-graduação e mestrado da escola de educação executiva Fundação Dom Cabral, conta que a instituição atende clientes que têm universidades corporativas, mas que a maioria age de uma maneira diferente.

"Muitas companhias incentivam que seus funcionários complementem a formação, mas sem pagar, já que a responsabilidade da carreira é do empregado", diz.

Nesses casos, as empresas fazem parceria com a instituição para que funcionários tenham condições especiais em cursos abertos e regulares.

Modalidade dos curso de pós-graduação

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