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Meio presencial, meio a distância, modelo híbrido de MBA se expande

Bruno Santos/Folhapress
A administradora de empresas Maria Cristina Marques, que faz MBA a distância, na FGV 
A administradora de empresas Maria Cristina Marques, que faz MBA a distância, na FGV 

Embora cursos a distância sejam tendência, ainda há ressalvas para o modelo oferecido 100% online.

Criados com o objetivo de formar executivos, os MBAs podem ter a eficácia comprometida ao deixar de promover encontros que propiciam a troca de contatos entre os alunos –o networking.

Um modelo híbrido de ensino, chamado de "blended learning" (aprendizagem combinada), que mescle atividades a distância com aulas presenciais é avaliado por especialistas como mais vantajoso.

O diretor-executivo da Anamba (Associação Nacional de MBA), Leandro José Morilhas, aposta na modalidade.

"Não tem educação presencial e educação a distância, o que existe é educação –e a plataforma como ela é apresentada. Um curso só presencial sem aproveitar o EaD é ruim, agora 100% a distância talvez funcione para um lugar que não tenha outra opção", diz.

Em 2017, o MEC regulamentou e ampliou a oferta de cursos a distância por meio do decreto 9.057. O documento possibilita o credenciamento de instituições de ensino superior para cursos EaD, sem ter de oferecer cursos presenciais, e de universidades públicas que queiram optar por graduação e pós lato sensu nessa modalidade.

A estimativa da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância) é que haja 200 mil estudantes matriculados em cursos de MBA a distância, o equivalente a 15% dos alunos que fazem graduação na mesma modalidade.

Carlos Longo, diretor da Abed, diz não acreditar que os cursos a distância prejudiquem a interação social entre os alunos e o networking. "Bons programas de MBA a distância sempre têm workshops presenciais para estudos de casos e outras metodologias ativas que enriquecem o aprendizado e promovem aproximação pessoal", afirma.

Para ele, o mais importante é que o aluno de MBA verifique a reputação da instituição e a opinião de ex-alunos.

Na FGV (Fundação Getulio Vargas), há cinco cursos a distância que recebem por ano cerca de 2.000 alunos. Os estudantes participam de seminários presenciais de encerramento e abertura e precisam ir até a instituição para fazer as provas que ocorrem, em média, de 40 em 40 dias.

Embora mais flexível, o EaD exige dedicação e não é mais fácil do que o presencial.

"A tecnologia traz facilitadores, mas ela não estuda por você", diz Mary Murashima, diretora de gestão acadêmica do Instituto de Desenvolvimento Educacional da FGV.

A administradora de empresas Maria Cristina Marques, 32, sabe bem disso. Ela trabalha numa indústria farmacêutica e começou, em setembro de 2017 o curso de MBA em gestão financeira, controladoria e auditoria na FGV.

Optou pelo modelo a distância para evitar o deslocamento até a escola, mas viu que o curso exige muita dedicação. "Se você não tem disciplina, fica complicado." Ela dedica pelo menos uma hora por dia para estudar.

Mary Murashima acredita que os MBAs se direcionem cada vez mais para o ensino híbrido. "O futuro é o 'blended', com o uso de aulas presenciais mediadas por tecnologia."

No Insper, alguns cursos já caminham para esse modelo. A maior parte da carga horária é aplicada presencialmente, e atividades a distância funcionam como "auxílio adicional."

Guy Cliquet, coordenador da pós lato sensu do Insper, diz que a instituição aplica algumas atividades a distância para que o aluno vá para a escola mais informado. "O professor não precisa apresentar os conceitos introdutórios, e a aula fica mais dinâmica."

Modalidade dos curso de pós-graduação

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