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Tecnologia é área com maior oferta de emprego para recém-formados, diz estudo

Levantamento do Linkedin mostra abertura de 8.000 vagas no primeiro trimestre deste ano

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São Paulo

Acelerada pela pandemia, a tendência de digitalização já impacta o mercado de trabalho. Segundo levantamento do Linkedin, a área de tecnologia é líder no número de vagas abertas para recém-formados, com mais de 8.000 ofertas de emprego entre janeiro e março de 2021. Em segundo lugar ficou o setor de bens de consumo, que abriu menos da metade das vagas, cerca de 3.500.

"Não adianta colocar tudo nas costas da pandemia", afirma o professor da PUC-SP Leonardo Trevisan, especializado em trabalho e tecnologia. "Já havia um processo constante de aproximação das mais variadas profissões dos meios eletrônicos."

Ele destaca que não foram afetadas apenas as operações comerciais mas também setores como educação e saúde, que passaram a oferecer aulas e atendimentos online.

"Todo mundo que fez home office em algum momento precisou recorrer ao time de TI ou teve dificuldade com ferramentas para reuniões, teve que inovar na forma de se comunicar", diz Guilherme Odri, jornalista do setor editorial do Linkedin.

Para Trevisan, a tecnologia, que antes era vista como uma ameaça ao emprego por alguns setores, tornou-se uma aliada que ajudou a dar continuidade ao trabalho, como na saúde, com a telemedicina, e na educação, com o ensino a distância.

A tendência é global. Outros estudos do Linkedin feitos no México e em países da Europa também apontaram a área tecnologia como líder em abertura de vagas.

As 10 áreas que mais contratam recém formados

Levantamento feito pelo Linkedin é referente às vagas da plataforma no primeiro trimestre de 2021

  1. Software e serviços de TI

  2. Bens de consumo

  3. Manufatura

  4. Mídia e comunicações

  5. Serviços corporativos

  6. Finanças

  7. Varejo

  8. Educação

  9. Energia e mineração

  10. Assistência médica

A contratação, além de ser um desafio para as empresas por exigir conhecimentos bem específicos, é seguida de um grande esforço de retenção do profissional —como não faltam oportunidades, as companhias se esforçam para oferecer salários e benefícios atrativos.

Günther Weissbock, especialista em sucesso do cliente na GeekHunter, plataforma de recrutamento especializada em desenvolvedores, afirma que até o perfil do profissional da área mudou. A imagem do especialista em tecnologia como uma pessoa tímida, que não se posicionava em reuniões, é coisa do passado.

"Nas empresas mais antigas, o profissional de tecnologia era um cara técnico", conta. "Agora, com os 'squads' (times multidisciplinares de várias áreas), é necessário ser comunicativo."

Segundo Weissbock, profissionais com conhecimento de linguagem Python e programação em Java estão requisitados, assim como especialistas em desenvolvimento para celular (mobile).

Odri, do Linkedin, afirma que o mercado também está aquecido para desenvolvedores web, frontend e dotnet e engenheiros de software.

"É uma carreira técnica", diz Thiago Viola, professor da FIAP e especialista em computação em nuvem na IBM. De acordo com ele, as certificações em determinados conhecimentos, como em computação em nuvem, cibersegurança ou determinada linguagem, é uma forma de sinalizar a habilidade para o mercado.

Para Victor Shinya, 24, especialista em computação em nuvem na IBM, começar a trabalhar logo era uma prioridade.

Ele entrou no curso de ciência da informação e, já no primeiro ano, com apenas 17 anos, começou a enviar currículos. A oportunidade não demorou a aparecer e, antes de formado, ele já havia trabalhado por dois anos em uma startup de desenvolvimento mobile e na IBM, onde está agora.

Victor, que cursou técnico em eletrônica, diz que queria trabalhar com tecnologia, mas não pensou em fazer engenharia.

"Em algumas disciplinas a gente tinha que fazer um monte de cálculos para gerar o valor de um componente de uma placa. Eu não queria essa sofrência", conta.

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