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Conheça 20 tendências que devem impactar o mercado de trabalho

Relatório do ManpowerGroup aponta mudanças comportamentais e estruturais para os próximos anos

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São Paulo

O excesso de informações e mudanças aceleradas pelo avanço tecnológico projetam a diversidade, escassez de talentos e processos mais transparentes como tendências para o mercado de trabalho.

É o que aponta o relatório “Futuro do trabalho: 20 tendências para você e sua empresa navegarem”, elaborado pela consultoria de talentos ManpowerGroup Brasil em parceria com o Futuro das Coisas, especializado em tendências.

“As mudanças dentro das organizações estão cada vez mais rápidas”, afirma Wilma Dal Col, diretora de gestão estratégica de pessoas do ManpowerGroup Brasil.

Mulher sentada em sofá usa computador; flexibilidade é tendência para o mercado de trabalho
Mulher sentada em sofá usa computador; flexibilidade é tendência para o mercado de trabalho - Unsplash

Ela afirma, que, além do avanço tecnológico, a pandemia tem estimulado o surgimento de novas demandas e intensificado a necessidade de adaptações dentro das empresas. “O que é realmente importante? Talvez seja um dos questionamentos que mais habitam nosso interior no último ano”.

De acordo com o relatório, modelos econômicos alternativos que estão em alta, entre eles a chamada economia gig (tendência de contratação pontual ou temporária) e a revolução 4.0 (em que postos de trabalho são substituídos por máquinas), propõem perspectivas mais flexíveis, autônomas e centradas na valorização do potencial e do capital humano.

Do ponto de vista organizacional, ainda segundo o estudo, a ética, a transparência e o compromisso com causas sociais e ambientais "levarão as empresas a rever a contabilidade, tirando o protagonismo do lucro como indicador de sucesso".

Confira a seguir 20 tendências para o futuro do trabalho apontadas pelo relatório: ​

1) Envelhecimento populacional

Projeção da ONU (Organização das Nações Unidas) para 2050 é que a proporção de pessoas com mais de 60 anos seja de uma para quatro.

No Brasil, a população com essa faixa etária triplicou nos últimos 50 anos, segundo o relatório da ManpowerGroup. O estudo aponta questões comportamentais e políticas, entre elas o maior acesso à informação e a cuidados médicos e sanitários, como fatores que contribuem para esse impulso, proporcionando também uma melhor qualidade de vida para as pessoas com essa idade.

“Com esta nova fase da vida adulta tendo mais qualidade, pessoas com mais de 60 anos seguirão aptas a trabalhar”, aponta o relatório. Dessa forma, torna-se fundamental para as empresas, entre outras medidas, o estímulo à interação e cooperação entre gerações.

2) Ascensão feminina

Por ocuparem os principais setores impactados pela pandemia, como hotelaria e alimentação, as mulheres foram as mais afetadas pelo desemprego, segundo o relatório da ManpowerGroup.

A equidade de gênero ainda está longe de ser atingida e continuará a ser uma questão relevante. Vale lembrar que várias pesquisas apontam melhores resultados quando as equipes são mais diversas.

“As organizações devem, portanto, abraçar a causa com compromisso e respeito às diversas realidades que encontramos na vida das mulheres, criando formas de atrair e desenvolver a presença feminina em sua pluralidade”, indica trecho do relatório.

3) Diversidade, equidade e inclusão

São pautas que têm se tornado cada vez mais relevantes nas empresas e na sociedade, que vê a eclosão de movimentos que lutam, por exemplo, pela justiça racial, como o Black Lives Matter (Vida Negras Importam).

Mas a diversidade, equidade e interseccionalidade ainda são desafios para o futuro do trabalho. De acordo com relatório do IBGE “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, em 2019, apenas 29,9% dos cargos gerenciais eram exercidos por pessoas pretas ou pardas.

4) Encontro de gerações no ambiente de trabalho

As pessoas estão vivendo mais e precisam trabalhar mais tempo. Pela primeira vez na história, temos quatro gerações compartilhando o ambiente de trabalho, segundo o relatório da ManpowerGroup. Convivem juntos os Baby Boomers (acima dos 55 anos), Geração X (35 a 54 anos), Millennials (25 a 34 anos) e Geração Z (18 a 24 anos).

Segundo o estudo, é importante que as empresas apostem na cooperação e na aproximação de pessoas diferentes. “Discursos excludentes afirmam que uma é melhor do que a outra, mas, na realidade, uma aprende com a outra”.

5 - Mais flexibilidade, autonomia e escolha para os indivíduos

A busca por mais liberdade e por maior flexibilidade nas relações de trabalho são alguns dos novos comportamentos que emergem. Segundo o relatório, essa procura encontra ressonância com duas tendências: a expansão do trabalho remoto e o movimento empresarial mundial pela contratação pontual ou temporária de acordo com a flutuação da demanda.

“Muito do que antes era algo esporádico ou distante, hoje está na lista de prioridades dos profissionais”, constata o estudo.

6 - Saúde mental tão importante quanto a física

A OMS projeta que, até 2030, a depressão será a principal causa de invalidez. Paralelo aos alertas, o conceito de saúde foi revisitado, segundo o relatório, passando do “ser saudável é não estar doente” para um foco cada vez mais preventivo e abrangente, que também inclui o cuidado com o bem-estar emocional, psicológico, financeiro e espiritual.

Mais do que promover medidas de segurança física, as empresas devem acolher as necessidades emocionais dos funcionários. “É hora de repensar a maneira como as pessoas trabalham, são reconhecidas e recompensadas”, aponta o estudo.

7 - Mais ética e transparência

O grande volume de dados e o acesso fácil a informações —e também notícias falsas— despertam desconfiança e reforçam a necessidade de maior clareza em todos os processos da empresa.

Além disso, um deslize ou uma prática que vai na contramão do que as pessoas consideram aceitável pode se transformar numa publicação que viraliza nas redes sociais e procovar impactos profundos na reputação da companhia. “É neste sentido que a ética e a transparência entram como diretrizes nucleares para as companhias operarem neste novo contexto automatizado e digital”, mostra o relatório.

8 - Aprendizagem intencional

O estudo indica também que vivemos uma “revolução das competências”. Os modelos educacionais convencionais, “moldados para atender a um sistema industrial”, não acompanham mais as transformações geradas pela aceleração da automação e pelas novas demandas sociais.

Até o ano que vem, 42% das competências essenciais dentro das funções serão alteradas, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. O aprendizado, portanto, será essencial para todos os funcionários, independentemente da área de atuação.

9 - Escassez de talentos

A escassez de talentos se tornou um dos principais desafios para as empresas. Como exemplo, o estudo cita o segmento de tecnologia, em que a procura por profissionais qualificados é ainda maior uma vez que muitas das competências do setor são muito recentes.

Essa escassez é acompanhada do surgimento de novas demandas. De acordo com o relatório, a previsão é que aproximadamente 97 milhões de novos empregos surjam nas áreas de inteligência artificial, economia verde e economia de cuidados até 2025.

10 - A aceleração das estratégias e gestão de talentos

Com as mudanças no mercado, a gestão nas empresas também se transforma. Segundo o estudo, o rearranjo na força de trabalho com a combinação de trabalhadores internos, externos, temporários, bots virtuais e outros exigem que as companhias façam reformulações em toda a estratégia de gestão de talentos: do planejamento, passando pela aquisição, retenção, desenvolvimento, até as formas de avaliação de desempenho e políticas de remunerações e recompensas.

11 - Eliminando silos

A divisão da equipe por blocos pode gerar desperdício de talentos uma vez que muitos acabam não sendo bem aproveitados. Mas, de acordo com o relatório, algumas companhias já viraram essa chave somando forças, apostando na fluidez e aproximando diferentes disciplinas. “Isso pode fazer as organizações darem um salto na produtividade”.

12 - A evolução da colaboração humano-máquina

Atravessamos a Quarta Revolução Industrial que tem como pilares a conectividade, automação, inteligência artificial e dados em tempo real. “Esse entrelace nunca antes visto é profundamente complexo, e ao se desenrolar, não impactará somente o mercado de trabalho, mas conceitos fundamentais para a nossa civilização, como ética e segurança geopolítica. É uma revolução com todas as letras”, aponta o estudo.

13 - Toda empresa deve ser uma empresa de tecnologia

Na pandemia, as empresas foram forçadas a migrar para o mundo digital. Com a digitalização dos processos, as organizações podem potencializar seus resultados criando “supertimes que combinam o melhor das habilidades humanas e das máquinas inteligentes”.

14 - Tecnologia em prol da gestão do novo bem-estar

A preocupação com o bem-estar vem ganhando mais espaço em nossas vidas. Nas empresas, dispositivos e aplicativos podem ser utilizados como mecanismos para o acompanhamento da saúde de suas equipes.

15 - Mundo híbrido e a onipresença digital

Segundo o estudo, o mundo está hoje “phydigital”, ou seja, físico e digital ao mesmo tempo. Com o limites entre esses dois universos cada vez mais amenos, projeções indicam, de forma geral, que o modelo remoto deve se consolidar mesmo pós-pandemia, combinado com a possibilidade de os colaboradores irem ao escritório quando desejarem.

16 - Da neutralidade para o posicionamento: organizações precisam se posicionar sobre questões sociais

As demandas de colaboradores e clientes para que as empresas se posicionem sobre justiça, mudança climática e outras questões globais continuarão a aumentar.

E não bastam apenas publicações nas redes sociais ou notas de repúdio para comprovar o compromisso das empresas com causas sociais. “O aumento da tensão social e o maior reconhecimento da desigualdade, especialmente de raça, clamam por mais transparência em torno do capital humano, diversidade e inclusão como chave para a recuperação e o crescimento das organizações”, aponta o relatório.

17 - Toda empresa deve ser uma empresa de saúde

A pandemia ainda está longe de acabar no Brasil, que já tem mais demais de 580 mil mortes pelo coronavírus. Assim, novos fluxos e espaços, lideranças de saúde e gestão do bem-estar continuarão a ser temas relevantes nas empresas para os próximos anos.

“Com a noção de que não retornaremos ao que éramos antes, muitas empresas estão colocando a saúde no topo de suas agendas, reformulando espaços e criando uma estrutura interna e externa para planejar, direcionar e agir na gestão do bem-estar dos colaboradores, inclusive, já preparados para futuras novas pandemias”, constata o estudo.

18 - Catalisando o desenvolvimento humano

Para atrair e reter talentos, as empresas precisam estimular uma cultura de aprendizagem que incentive e engaje. Para isso, os gestores precisam conhecer a força de trabalho e compreender como as motivações das pessoas para a aprendizagem variam em função do momento do seu ciclo de vida profissional.

19 - A nova contabilidade das empresas

De acordo com o estudo, se antes a lógica do livre mercado guiava as organizações em torno da maximização do lucro, parece que agora novos fatores estão entrando em cena para mudar o rumo das coisas. “Adentramos na perspectiva de ‘transparência de impacto’, que considera não somente o que a empresa ganhou, mas quais foram suas contribuiçõe”, indica o relatório.

Nesse contexto, aquecem tendências em torno do ESG, sigla em inglês para boas práticas de governança ambiental, social e corporativa.

20 - A liderança do futuro

Em tempos de incerteza e estresse, líderes que assegurem a saúde, o bem-estar e a segurança de suas equipes são essenciais. “A pandemia do novo coronavírus sublinhou o tamanho do impacto da liderança na superação de obstáculos”, indica o relatório, que cita como exemplo elogios recebidos pela primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, na condução da pandemia.

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