A expansão do ecommerce e a crescente digitalização das empresas têm feito com que os profissionais de UX e UI, como são conhecidos no mercado, sejam cada vez mais valorizados.

O profissional de UX, sigla para “user experience” (experiência do usuário), é responsável por pensar na relação dos consumidores com um produto ou serviço, principalmente os digitais. Já o profissional de UI (interface do usuário) transforma o trabalho dos UX em produto final.

“Buscamos entender por que a pessoa está usando o produto ou serviço e como ela o utiliza”, diz Luis Motta, 27, UX designer na Take Blip, que desenvolve robôs de conversas de atendimento ao cliente. Grande parte do seu trabalho envolve pesquisar o consumidor para entender suas necessidades e dificuldades ao usar um chat automatizado.

Um dos projetos recentes em que o designer atuou foi o ZapFlix, um robô desenvolvido para a Netflix que envia, pelo WhatsApp, figurinhas de personagens das séries e filmes favoritos dos assinantes.

Rafaela Silveira, 26, líder de UX na Amaro, conta que uma das suas atribuições é analisar os lugares em que os clientes mais clicam dentro do site e do aplicativo da marca. “Isso permite entender como o consumidor utiliza as plataformas e, assim, fazer adaptações rápidas.”

O profissional de UI, por sua vez, usa as pesquisas feitas pela equipe de UX para criar a melhor interface para o usuário. Marco Antônio Moreira, 45, que atua como UI designer na Prontmed, empresa que desenvolve prontuários eletrônicos, afirma que boa parte do seu trabalho está relacionado à usabilidade dos softwares e às escolhas de tipografias e cores. “Pensamos sobre onde cada botão do aplicativo vai ficar e que cor eles vão ter, por exemplo.”

As empresas têm investido cada vez mais em equipes que desenvolvem esse tipo de trabalho, afirma Daniel Furtado, 43, líder de produto e design no Venturus e criador do canal UXNOW no YouTube.

“Um exemplo são os aplicativos de bancos. Um cliente pode ter contas em vários bancos. O que muda de um para outro é o aplicativo. Se ele não for fácil de navegar, o usuário vai para outro banco.”

Dos quatro entrevistados, três têm formação em design e experiência como webdesigners. A exceção é Luis Motta, que se formou em sistemas de informação e trabalhou como ilustrador. Como a área é relativamente nova, há pessoas com históricos profissionais variados —por exemplo, TI (tecnologia da informação), marketing e até psicologia.

Na opinião de Furtado, a expansão do mercado de UX e UI foi impulsionado pela transformação digital na pandemia, o que fez com que o número de vagas para esses profissionais quadruplicasse.

Salários altos e crescimento rápido na carreira são outras vantagens da área. “Em um ano e meio, uma pessoa pode ser promovida de júnior para pleno, e, com mais três anos, já encontramos profissionais em cargos seniores”, diz Furtado. Ele afirma que as empresas promovem os funcionários com velocidade com o intuito de retê-los, já que não há profissionais suficientes para suprir a demanda.

“Não imaginava, com a minha idade, receber boas propostas de trabalho. O profissional sênior é ainda mais assediado”, diz Moreira.

Designer UX
Formação Curso técnico ou graduação em design, programação ou ciências da computação. Também são valorizadas especializações e pós-graduação na área
Salário inicial entre R$ 3.000 e R$ 4.000
Onde estudar Tera (curso livre), Ebac (especialização) e Digital House (curso livre)

Designer UI
Formação Cursos técnicos, graduação ou pós-graduação em design, com foco em produtos digitais
Salário inicial entre R$ 3.000 e R$ 4.000
Onde estudar Mergo (curso livre), UiBoost (curso online), PUC-Campinas (especialização) e EBAC (curso online)