Cursos pagos após a contratação têm seleção exigente e promessa de emprego

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São Paulo

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Cursos pagos após a contratação

Sem grana para bancar um curso agora? Empresas oferecem cursos e permitem que o aluno só pague após ser contratado. Parece ótimo, mas vale, antes de explicar tudo aqui, um aviso: o modelo é oferecido para quem quer entrar em áreas específicas, onde faltam trabalhadores qualificados.

Onde isso acontece? Principalmente na área de tecnologia.

Por quê? É uma área em que falta mão de obra qualificada, assim são necessárias formações aceleradas para ampliar as contratações e suprir esse déficit no mercado, explica Rafael Braz, diretor de carreiras no Ibra (Instituto Brasileiro de Recolocação Assertiva).

Como funciona? Cada empresa tem um modelo. Em geral, a regra é que o aluno só paga quando estiver contratado na área relacionada com o curso. E há um período para que essa dívida seja abatida, em 5 anos, por exemplo. Depois, ela expira.

Sim, mas...Os processos seletivos para esses cursos costumam ser bem rigorosos. Há muitas etapas, são cobrados conhecimentos prévios e a concorrência é grande. No último processo de seleção da edtech Cubos Academy, que oferece o benefício, foram 12 mil inscritos para 50 vagas.

Cursos que são pagos após o profissional ser contratado
Catarina Pignato

Está interessado? Fuçamos algumas opções e perguntamos como funcionam:

→ A startup Driven Education tem curso online de desenvolvedor web full-stack (habilita o profissional para operar em qualquer etapa do desenvolvimento de sistemas) com duração de nove meses. O valor é de R$ 30 mil, pago em até cinco anos, quando o aluno estiver trabalhando e ganhando pelo menos R$ 4.000 por mês. Após os cinco anos, a dívida expira.

  • Para quem é indicado? Paulo Monteiro, CEO da Driven Education, lista três coisas que o profissional precisa ter:

    1.Raciocínio lógico, algo muito importante para trabalhar com resolução de problemas relacionados à programação;
    2.Ser resiliente. Como o processo para se inscrever no curso é demorado e concorrido, a empresa avalia a capacidade do candidato em persistir;
    3.Ter humildade de aprender, saber ouvir feedbacks e buscar ajuda quando estiver com dificuldade.
  • Além disso, qualquer pessoa pode se candidatar, seja em início de carreira e até aqueles que buscam se recolocar no mercado ou fazer uma transição de emprego.
  • Seleção: o candidato precisa preencher um formulário para contar qual sua disponibilidade de tempo e qual seu interesse, depois ele faz um curso de javascript, linguagem de programação, e também há uma fase de entrevistas. A última turma, que começou em maio deste ano, teve 8.000 inscritos para 180 vagas.

→ A edtech Cubos Academy também oferece essa modalidade. O candidato passa por algumas fases após a inscrição, recebe um minicurso sobre lógica de programação e é preparado para resolver um desafio relacionado ao tema, assim a empresa seleciona quem se saiu melhor para a etapa final de entrevistas.

  • Em 2021, o curso teve 12 mil inscritos e foram selecionados 50 alunos.
  • A formação de desenvolvimento de software dura oito meses e custa R$ 24 mil. Os alunos pagam após ter uma renda acima de R$ 2.000 em um prazo de cinco anos.
  • Eu não sei nada de programação, posso fazer o curso? De acordo com José Messias, CEO da Cubos Academy, a formação também é indicada para pessoas ainda sem conhecimento e para aqueles que estão em início de carreira –os requisitos são ensino médio completo e ter mais de 18 anos.

Antes de se inscrever, fique atento:

  • O profissional deve avaliar se o curso realmente combina com seu perfil e deve procurar pessoas que já passaram pela experiência para partilhar suas histórias;
  • Não escolha apenas pelo alto valor de remuneração, pois pode ser que aquela área nem combine com seu perfil;
  • O aluno deve dar atenção aos contratos com as empresas, principalmente na análise das condições de pagamento, recomenda o advogado David Guedes, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor);
  • Por último e não menos importante, procure por empresas que tenham casos de sucesso nesse quesito.

Acha que á a sua? Veja empresas que oferecem cursos pagos após a contratação:


Minha experiência

Ouvimos alunos que aderiram à modalidade "curse agora e pague depois".

pedro - news carreiras
Pedro Delicoli, 32, desenvolvedor full stack na Peak Invest, plataforma digital de crédito - Arquivo pessoal

Renan Alencar, 27, buscou essa modalidade para migrar do direito para a comunicação. Ele fez uma especialização em marketing na Gama Academy, escola focada no desenvolvimento profissional para o mercado digital, e conta que pode pagar o valor do curso de R$ 7.000 em até cinco anos e precisa receber no minimo R$ 2.500 ao ser contratado. "Hoje, quase um ano depois, trabalho na Infracommerce, como analista de SEO, e me sinto muito realizado", diz.

André Alves, 30, é formado em engenharia civil e, após ter ficado desempregado na pandemia, buscou formação na área de tecnologia. Fez o curso de full stack developer (desenvolvedor full stack) na Le Wagon, bootcamp (campo de treinamento) de programação. O curso custou R$ 29 mil e poderá ser pago em um prazo de cinco anos e quando ele começar a receber acima de R$ 2.500. Seis meses após a conclusão do curso, conseguiu um emprego. "Se não fosse pelo curso eu não estaria trabalhando com tecnologia, então valeu a pena".

Pedro Delicoli, 32, também quis mudar de carreira, saiu da área de engenharia e foi para tecnologia. Hoje ele é desenvolvedor full stack na Peak Invest, plataforma digital de crédito, e conseguiu esse emprego após fazer curso na Trybe, escola de tecnologia. Ele pode pagar o valor do curso de R$ 36 mil em até cinco anos e ao ganhar acima de R$ 3.000. "Hoje, posso estar dentro de uma empresa participando de algumas implementações e facilitando a vida das pessoas", afirma Pedro.


Não fique sem saber

Explicamos dois assuntos do noticiário para você.

O que aconteceu com o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira? Ambos estão desaparecidos desde 5 de junho e foram vistos pela última vez no Vale do Javari, no Amazonas. A terra indígena tem sido frequentemente alvo de invasões de garimpeiros, madeireiros, caçadores e pescadores.

Ouça no podcast Café da Manhã o que se sabe até agora sobre o desaparecimento.
E leia mais sobre o assunto no Folha Explica.

São Paulo confirma segundo caso de váriola dos macacos no Brasil; o primeiro foi comprovado na quarta-feira (8). Em Porto Alegre também foi confirmado o terceiro.
A doença, que vinha sendo registrada principalmente na África, está se espalhando rapidamente em países onde ela não é endêmica. Já são mais de 1.000 casos ao redor do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

  • Quem são os infectados no Brasil? Os três são homens, um de 41 anos que viajou para Espanha e Portugal há pouco tempo e teve início dos sintomas como febre e mialgia no dia 28 de maio, o outro de 29 anos que também teve passagem pelos países europeus e um de 51 anos com histórico de viagem para Portugal.
  • Sobre a varíola: a doença é causada pelo monkeypox, um vírus do gênero orthopoxvirus, e os sintomas são febre, dores e feridas pelo corpo que podem aparecer dentro de seis a 13 dias após a exposição. Porém, está cada vez mais difícil detectar a doença, já que registros recentes mostram que os contaminados estão apresentando sintomas leves e limitados, diferentes do habitual.
  • É grave? Apesar de ter uma taxa de mortalidade entre 3% a 6%, isso não minimiza a seriedade da doença, já que crianças, grávidas e imunossuprimidos, por exemplo, podem desenvolver casos mais graves.
  • Como é transmitida? Contato com gotículas por algúem infectado, seja humano ou macaco.
  • Já temos vacina? Os brasileiros estão buscando pela vacina, mas o imunizante não está disponível nem na rede privada ou no SUS (Sistema Único de Saúde).
  • Opinião: Uma doença desconfortável, mas de baixo risco, escreve o colunista da Folha Julio Abramczyk.

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