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Transporte fácil faz do centro de SP melhor região para trabalhar

A facilidade de acesso e a grande oferta de serviços fazem o centro de São Paulo ser eleito por quatro em cada dez paulistanos como a melhor localização para trabalhar, segundo pesquisa feita pelo Instituto Datafolha.

A região desbancou assim as modernas instalações de áreas como o Itaim Bibi ou a a avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini.

"No centro, há toda uma infraestrutura urbana, com transporte fácil e grande quantidade e diversidade de restaurantes. São coisas que uma região como a Berrini não tem", afirma Gilberto Belleza, presidente do CAU/SP (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo).

O assessor político Ricardo Weber, 43, trabalha na rua São Bento, no centro, há sete anos. Para ele, a facilidade de aproveitar o horário do almoço para pagar contas, fazer compras ou tomar um café com um amigo é o maior atrativo da região.

"Locais como a Berrini ou o Itaim Bibi não têm nada em volta. Muita gente acaba pedindo delivery no almoço. Além disso, esses prédios enormes têm filas grandes nos elevadores, o que desmotiva quem precisa sair e voltar rapidamente", afirma Weber.

Ele cita ainda a variedade dos preços na região como atrativo. "Aqui é muito democrático: você pode almoçar em restaurantes de R$ 70 o quilo ou comer um cachorro-quente ou pastel de R$ 3", diz.

no escritório - As melhores regiões para trabalhar em São Paulo, em %

Mas também há queixas. Segundo o assessor, a região começa a ficar intransitável na hora do almoço, com a quantidade de pessoas que toma as ruas locais.

A oferta de transporte público na região central facilita a vida do agente de logística Willian Soares, 26, que faz um trajeto diário de 1h30 entre sua casa em Guaianazes (zona leste) e o trabalho, na avenida Paulista. "Se eu perco o metrô, consigo pegar um ônibus para ir embora", diz. Ele reclama, porém, que, aos domingos, o acesso ao edifício fica difícil por conta do fechamento da avenida.

Avener Prado/Folhapress
Prédios comerciais no Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo
Prédios comerciais no Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo

PREÇOS MAIORES

Uma região boa para trabalhar nem sempre é boa para morar -pelo menos no quesito preço. Grandes polos comerciais são um fator de valorização de toda a região em seu entorno, o que encarece os imóveis residenciais.

"É um dos motivos de um apartamento na avenida Paulista custar mais do que um apartamento similar em bairros como Santana, na zona norte, ou Itaquera, na zona leste, por exemplo", afirma João da Rocha Lima, do núcleo de real estate da Escola Politécnica da USP.

Não à toa, Santana e Itaquera receberam apenas 1% cada dos votos dos paulistanos entre os melhores locais para trabalhar, contra 15% da região da Paulista.

Para Weber, o preço compensa. Ele mora na rua Augusta, também na região central da cidade, a 30 minutos de seu trabalho.

"Se eu saio do escritório às 18h, às 18h30 estou em casa. Enquanto está todo mundo no ponto de ônibus, eu estou tomando café da tarde. Além disso, não preciso de carro nessa região, e, se uso um táxi, não gasto mais de R$ 15", afirma o assessor.

De olho nos solteiros que trabalham na região central, a Incorporadora You Inc. investe em unidades compactas, de até 90 m².

"São apartamentos que servem ainda para jovens universitários e pessoas que moram em outras cidades e precisam de uma base quando estão em São Paulo", diz Eduardo Muszkat, diretor-executivo da incorporadora.

Em comum, afirma Muszkat, todos os clientes em potencial querem a facilidade de acesso e a disponibilidade de serviços que acompanham áreas de escritórios.

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