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Sinônimo de luxo, bairro do Morumbi enfrenta problemas como a violência

O Morumbi, lar de alguns dos casarões mais suntuosos de São Paulo, é visto pelos paulistanos como o bairro mais luxuoso da cidade.

Ele foi a escolha de 26% dos entrevistados pelo Datafolha, seguido por Itaim Bibi (14%) e Jardim Paulista (13%).

Embora o bairro ainda carregue uma imagem nobre, os condomínios de alto padrão dividem o espaço com a favela de Paraisópolis, a segunda maior da cidade, e convivem com problemas comuns a outras regiões, como violência, trânsito e pouca mobilidade.

"É uma área muito grande. Há vários 'Morumbis' ali dentro", diz a coordenadora de marketing e moradora do bairro Priscila Tavares, 29.

Para ela, a imagem de sofisticação é uma herança da história do bairro.

O Morumbi surgiu no início dos anos 1950 com o loteamento de uma fazenda homônima, que atraiu famílias da elite paulistana.

Logo se tornou uma ilha de riqueza na cidade, com terrenos grandes, ruas arborizadas e boa infraestrutura.

Joel Silva/Folhapress
Vista do bairro do Morumbi, que foi escolhido como o mais luxuoso da cidade
Vista do bairro do Morumbi, que foi escolhido como o mais luxuoso da cidade

No fim dos anos 1970, acompanhando a intensificação da urbanização de São Paulo, o bairro passou por um processo de verticalização com a chegada de condomínios luxuosos e, mais recentemente, dos prédios menores e mais baratos.

"Como o Morumbi se desenvolveu mais tarde, os terrenos são grandes e com preços muito atrativos quando comparado a outras regiões de luxo", explica Flavia Matos, gerente de Marketing da Exto Construtora, que tem na região o Ext Praça, com apartamentos de 38 a 58 m².

O valor médio do m² dos imóveis na região (R$ 6.500) é menos da metade do preço no bairro mais caro da cidade, o Jardim Paulistano (R$ 16,1 mil), segundo o índice FipeZap de julho passado.

Para Tavares, o melhor de morar na região é o clima tranquilo. "Não fica no meio da bagunça de outros bairros, como o Itaim e a Vila Olímpia, que têm uma vida diurna e noturna agitada."

DESAFIOS

A publicitária Patricia Furlan, 28, escolheu o Morumbi pelo preço, há dois anos, mas hoje critica o escasso transporte público. "Falta metrô no bairro. Não dá para fazer nada a pé por aqui."

Atualmente, ela leva 50 minutos de ônibus para chegar à estação Butantã, da Linha 4 - Amarela.

Mais duas estações estão previstas na região, Morumbi e Vila Sônia. Elas devem ficar prontas em 2018 e 2019, respectivamente.

Enquanto isso, os moradores encaram o trânsito. "Só podemos sair do bairro atravessando a ponte e ela está sempre engarrafada", diz o coordenador de pós-produção Maurício Andrade, 28.

Ele se queixa ainda da violência na vizinhança e diz que assaltos são frequentes.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) registrou, de janeiro a junho deste ano, 1.664 roubos e furtos no bairro.

Segundo o órgão, a polícia faz patrulhamento ostensivo e preventivo na região.

"O Morumbi tem uma imagem de sofisticação muito sólida, mas foi sufocado pela cidade real", diz o arquiteto Ênio Moro Jr., do Centro Universitário Belas Artes.

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