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zona sul

Comunidade japonesa joga gueitebol na Vila Guarani

Aposentados em busca de uma distração melhor que a TV são a maioria dos jogadores presentes à quadra de gueitebol, esporte oriundo do Japão e cujo único estádio brasileiro fica na Vila Guarani, zona sul de São Paulo.

"Mas não é só para a terceira idade, não! Eu achava que era muito paradão antes de começar, e é um pouco, sim, mas no fim de semana também tem alguns jovens jogando", afirma a aposentada Tomoko Shizukuishi Nakajima, 69, que atribui à exposição ao sol nas quadras ao ar livre a cura de sua osteopenia, doença degenerativa dos ossos.

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 17.09.2016 - Campeonato de gueitebol, uma especie de mistura de taco com criquete, muito popular entre os imigrantes japoneses realizado no bairro de Jabaquara. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, ESPECIAIS)
Jogador participa de campeonato de gueitebol, no estádio da Vila Guarani, zona sul de São Paulo

Criado no Japão em 1947, o jogo teve como moldes o críquete inglês e o croquete francês. Ele foi trazido para o Brasil no final dos anos 1970 pela comunidade japonesa.

Até hoje, a maioria dos cerca de 10 mil adeptos da prática no país são idosos descendentes de japoneses.

Numa quadra com 15 metros de profundidade por 20 metros de largura, equipes com cinco participantes usam tacos para passar as bolas pelos três gates (arcos) e pelo pino central.

A partida dura meia hora e ganha o grupo que acumular mais bolas passadas pelos arcos. Estratégias para desviar a rota do adversário também valem pontos.

Em campo, o silêncio predomina -os participantes conversam sempre em tom baixíssimo. "Às vezes sai briga, mas não tem palavrão. Não é bom quando alguém não presta atenção em alguma coisa porque ficou conversando", afirma Alice Nakamura, 61, aposentada.

A competitividade nas partidas não tem como alvo troféus e medalhas. Nas premiações dos campeonatos de gueitebol, sucesso mesmo são prendas como sacos de arroz (japonês, de preferência), sabão em pó e outros produtos do tipo.

O estádio da Vila Guarani, construído em 1997, é mantido pela União Brasileira de Gueitebol (UBG) e pelo Clube Saga de Gueitebol, em uma área cedida pela prefeitura.

Para jogar é necessário ser sócio, o que exige taxa anual de R$ 240, mas exceções são feitas. "Se a pessoa quiser ver como é, poderá entrar, claro", explica Toshinori Takamura, 76, vice-presidente da UBG.

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