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Zona Leste

Tatuapé e Anália Franco reúnem migrantes que não querem deixar a ZL

Bairros mais caros e bem servidos da zona leste, o Tatuapé e o Jardim Anália Franco têm um perfil de comprador de novos empreendimentos bem específico: em sua maioria, pessoas de outros bairros da zona leste que ascenderam financeiramente e não desejam deixar a região.

"Normalmente são as pessoas que conseguiram subir de patamar e preferiram ficar na zona leste. Quem é de lá gosta de morar lá, por ter raízes e família na região", afirma Celso Amaral, 56, diretor da consultoria imobiliária Geoimóvel e da empresa de avaliações Amaral D'Ávila.

A empresária Lucimara Viana, 44, diz que esse perfil é exatamente o dela. Nascida e criada na Vila Carrão -bairro no qual trabalha até hoje-, mora há cerca de um ano no Jardim Anália Franco.

"A gente poderia morar em outros bairros, mas a família está toda para cá [na zona leste]", conta. Viana avalia que a região "não deixa nada a desejar em relação à Vila Olímpia" em termos de serviços, restaurantes, shopping centers e entretenimento noturno. Suas duas filhas também estudam por perto.

Amaral concorda com a avaliação. "O Anália Franco tem um comércio varejista de excelente nível e um shopping espetacular", diz.

Lucimara mora no Josephine Baker, com apartamentos de 326 m², sendo um por andar. A obra é da incorporadora Porte, também responsável pelo Camille Claudel, na rua Cândido Lacerda, no mesmo bairro. O Camille tem unidades de 280 m², com quatro suítes e cinco vagas. Uma das duas unidades disponíveis sai por R$ 3,5 milhões.

Diretor da incorporadora Hernandez, empresa focada principalmente no Tatuapé e no Anália Franco, Lucimar Fernandes, 56, aponta outro motivo que faz moradores de outros bairros da zona leste mudarem para a região.

"Os filhos saem de outros bairros da zona leste para se divertir no Tatuapé e Anália Franco, e os pais têm preocupação com a segurança. Então os que podem também vão morar na região", afirma.

O incorporador vê um mercado "razoável" na região e uma demanda que começa a se reerguer da crise. No próximo dia 28, a empresa lança o Málaga, com unidades de 165 m² e três suítes, na rua Torrinha, no Tatuapé. Metade das unidades -que custam cerca de R$ 1,7 milhão cada- já estão vendidas.

Evelyn Muller/Divulgação
Decoração do apartamento da empresária Lucimara Viana, no edifício Josephine Baker, no Jardim Anália Franco
Decoração do apartamento da empresária Lucimara Viana, feita por Erica Salgueiro, no edifício Josephine Baker, no Jardim Anália Franco

DIFERENÇAS

Apesar de atraírem moradores por razões parecidas, o Tatuapé e o Anália Franco guardam diferenças. "O Anália Franco é um bairro diferenciado dentro da zona leste. O Tatuapé tem um mix de padrões, com maior variação de preços", diz Amaral.

O lançamento com o menor valor de m² no bairro (R$ 4.641) é o Passos do Parque Tatuapé, da construtora Tibério. Fica na rua Ulisses Cruz, quase às margens do rio Tietê, próximo à Vila Matilde.

A quatro quilômetros dali, na rua Itapeti, colado no Anália Franco, fica o mais caro do bairro: o Helen Altos do Tatuapé, da Porte (R$ 13.416/m²). Amaral explica a disparidade. "Quanto mais longe do Anália Franco, no sentido Carrão ou no sentido Belenzinho, menor o valor."

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