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zona oeste

Bares e lojas dão ar de Vila Madalena à pacata Vila Ipojuca

Novos empreendimentos de design moderno tem transformado o jeitão discreto das ruas curvas da Vila Ipojuca.

"Mesmo com os bares e lojas que vêm sendo abertas, a Vila Ipojuca ainda tem uma cara de cidade pequena, com mais casas do que prédios. É uma Vila Madalena antes de virar 'playboy'", descreve o designer João Baptista Correa, 39, que se mudou para o bairro há cinco meses.

Uma das construtoras interessadas nesse público renovado é a Idea!Zarvos, responsável por dois prédios na região, o Arbol e o Flora.

"Começamos na Vila Madalena. Queríamos agora um bairro com um clima tão legal quanto, mas mais família", diz Otávio Zarvos, sócio da incorporadora.

Ajuda o fato dos terrenos na Vila Ipojuca serem, segundo Zarvos, bem mais baratos que nos vizinhos mais prestigiados.

Karime Xavier / Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -01 /09/16 - :00h - IMÓVEIS DE LUXO E DESIGN. Apartamento no prédio 360 da Idea!Zarvos. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MORAR
Um dos apartamentos do 360, empreendimento feito pela Idea!Zarvos na Vila Ipojuca

Assim como os incorporadores, os moradores da Vila Ipojuca também fogem dos preços inflacionados e das ruas lotadas de regiões próximas, como Pinheiros e Vila Madalena.

Enquanto o Árbol tem cerca de 160 m² ao preço de R$ 9.340 por metro quadrado, o Azul, empreendimento de mesmo porte da Zarvos localizado na Vila Madalena, sai por cerca de R$ 13.220 o metro quadrado.

Já o Flora tem apartamentos de 96 e 125 m², dois ou três dormitórios por cerca de R$ 12,6 mil por m².

A Cyrela é outra que aposta no potencial da verticalização da Vila Ipojuca.

A empresa constrói no bairro o Cyrela 2014 The Year Edition, com apartamentos de 68,5 m² vendidos a cerca de R$ 12.750/m².

"Os prédios em construção aqui mostram que o design pode se tornar um dos marcos do bairro e uma tendência da região nos próximos anos", diz Eduardo Leite, diretor da incorporadora.

A mudança de perfil atrai também outros empresários. Um deles é Ramon D'Bello, um dos sócios do Ipo Bar, estabelecimento focado na coquetelaria e aberto em julho deste ano no bairro.
"Quando visitei o lugar pela primeira vez fiquei até preocupado, porque achei ele muito residencial", afirma D'Bello. "Mas os vizinhos que frequentam aqui contam que nunca viram a Vila Ipojuca tão cheia assim."

As vantagens, diz o empresário, incluem a facilidade para estacionar o carro e receber fornecedores, além de aluguel e IPTU mais baratos.

SEM CONSENSO

Mas há quem veja essas mudanças com um pouco menos de entusiasmo.

É o caso de Leonildo Siragna, 82, morador da Vila Ipojuca desde 1968 e presidente da associação de moradores do bairro.

"Quando todos esses prédios ficarem prontos, vai ser um pouco mais difícil circular aqui", diz.

Segundo Siragna, as incorporadoras têm comprado das famílias as casas dos moradores mais velhos da região.

"Eles falam que preferem morar em apartamento porque têm medo de ladrão e acabam vendendo os imóveis", afirma. "Mas dizem que é o progresso, né?"

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