O distrito de Pinheiros é o campeão em empreendimentos residenciais novos na zona oeste de São Paulo.
Dos 109 lançamentos registrados nos últimos 36 meses, 28, ou 25,7% do total, estão na região, de acordo com levantamento feito pela consultoria Geoimovel.
"As pessoas procuram boa qualidade de vida, e Pinheiros oferece isso. Também tem parques, clubes, acesso fácil ao campus da USP e a redes de metrô e ônibus que conectam o bairro com o resto da cidade", diz Nadia Somekh, professora de arquitetura e urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Para as incorporadoras, o Plano Diretor abre caminho para novas construções, ao estimular o adensamento nos arredores das redes de transporte de alta capacidade.
Com uma área ampla, que se estende da agitação da Vila Madalena à calmaria verde do Jardim Europa, o distrito centenário ainda guarda potencial para novas construções. "Pinheiros é uma região onde ainda cabe verticalização, por ter muitas casas", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário).
Na rua Fernão Dias, quatro casas e um estacionamento deram lugar ao Homelike. O prédio, que deve ser entregue pela Lucio Engenharia em maio de 2017, tem unidades de 34 m² a 48 m² e serviços como locação de bicicletas, lavanderia coletiva, reparos e locação de veículos no sistema pague o que usar. O m² está avaliado em R$ 18 mil.
"É uma região de alto padrão que atrai executivos de empresas da Faria Lima e grupos de investidores", diz Caio Graciano de Oliveira, gerente comercial da construtora.
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| Apartamento decorado do Homelike, prédio da Lucio Engenharia, no bairro de Pinheiros |
A proximidade com a avenida Faria Lima e a conexão rápida com a marginal Pinheiros e a avenida Paulista tornaram Pinheiros uma das regiões mais valorizadas da zona oeste de São Paulo.
Oito dos 28 novos prédios do distrito estão nessa área mais próxima ao rio Pinheiros, que passou por grandes transformações nos últimos anos, com a revitalização do largo da Batata e a abertura da estação da Faria Lima, da linha amarela do metrô.
Um desses empreendimentos é o Home Design Pinheiros, da Brookfield Incorporações, na avenida Eusébio Matoso, que será entregue em 2017. O condomínio de duas torres tem unidades de 44 m² a 215 m², com um ou dois quartos, e metro quadrado avaliado em R$ 14 mil.
Além da área de lazer, terá serviço de concierge incluso no condomínio, para ajudar os moradores com serviços desde lavanderia a compra de um pacote de viagem.
"O que mais nos interessou nesse caso foi a localização impecável, ao lado do metrô e na boca da marginal Pinheiros", afirma José de Albuquerque, diretor de incorporação da Brookfield.
"Nós apostamos em um público descolado que quer gastar o menor tempo possível com deslocamento tanto para trabalhar como para se divertir", completa.
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| Apartamento decorado pela KTA Arquitetura em Pinheiros, zona oeste de São Paulo |
Este é o caso do auditor Máximo Yutaka Harada, 51, que comprou uma unidade de dois quartos e 59,64 m² no Unique Pinheiros, na rua Eugênio de Medeiros.
Ele trabalha perto dali e atualmente mora em um apartamento de 65 m² na Saúde, na zona sul. "Eu pego muito trânsito para voltar para casa, chego a gastar uma hora e meia em um percurso de 12 quilômetros. Quando eu me mudar, vou poder ir a pé para o trabalho", diz.
O prédio com 40 apartamentos de um e dois dormitórios será entregue pela Think Construtora em maio de 2019 e tem o metro avaliado em cerca de R$ 11 mil.
"As áreas com mais comércio e serviços atraem pessoas que moram sozinhas ou jovens casais. Em direção à praça Panamericana, o bairro fica mais residencial e os apartamentos, maiores", afirma Adriana Sargenti, coordenadora de marketing da construtora Think.
Outro empreendimento na região é o Cobogó Pinheiros, da GIP Invest. A 450 metros da estação Fradique Pinheiros, o prédio tem apartamentos de 32 m² e preço em torno de R$ 9.160 por metro quadrado.
O imóvel oferecerá ainda uma lista de serviços ao estilo pague o que usar, que vão de limpeza e pequenos reparos a um lounge de café da manhã e personal trainer.
TRANSFORMAÇÃO
A florista Patrícia Curi, 39, acompanhou de perto essa mudança de Pinheiros. Ela mora na parte baixa do bairro desde 2008, quando se mudou da Granja Vianna, na região de Cotia, para um apartamento de 180 metros quadrados e três dormitórios que divide com o marido e os três filhos.
"Na época em que compramos o apartamento, as pessoas falavam que o largo da Batata era perigoso. Só que o imóvel tem uma vista muito bonita, e eu tinha a impressão de que o bairro ia melhorar. Hoje, aqui tem até carnaval e espaço de atividades para crianças", conta.
Curi diz que parte da mudança do bairro pode ser vista no comércio, que está mais diversificado. "Consigo ter uma vida prática, já que tudo é pertinho: a padaria, a loja de bolo e a manicure", diz.
Mas há o lado ruim do crescimento exponencial da região, segundo Curi.
"O barulho incomoda um pouco e vem aumentado bastante, já que ficamos perto das avenidas Pedroso de Morais e Brigadeiro Faria Lima", afirma a moradora.