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litoral e interior

Desenvolvida, Jundiaí é opção para quem quer espaço maior e mais sossego

Encravada no meio da região mais rica do país -de um lado, São Paulo, de outro, Campinas-, Jundiaí tem sido o plano B para paulistanos que ganham a vida na metrópole, mas querem morar em um lugar mais sossegado e espaçoso.

A população da cidade aumentou 9,6% nos últimos seis anos. Cerca de 31% dos 405 mil moradores vieram de São Paulo, de acordo com dados do IBGE. Esse crescimento tem sido motivado pela economia local.

Nesta década, a cidade virou um ímã para empresas de tecnologia. Lá, por exemplo, a multinacional Foxconn monta iPads da Apple. É também um celeiro de galpões logísticos, como o da Natura. A indústria é a segunda que mais emprega (26%); só perde para os serviços (42%), diz o Ministério do Trabalho.

Cortada por seis rodovias, entre elas, Anhanguera e Bandeirantes, a mobilidade é outro indicador que favorece Jundiaí, distante apenas 49 km de São Paulo e outros 37 km de Campinas.

O programador Vitor Amorim, 27, gasta três horas por dia de carro, entre ida e volta, para chegar ao trabalho em Moema, zona sul de SP. E diz que compensa. "Não troco a tranquilidade de Jundiaí. Quando chego, o estresse passa rápido", diz ele, que mora num apartamento com vista para a Serra do Japi.

É essa conjunção de fatores que tem movimentado o setor imobiliário local.

De acordo com dados da consultoria Geoimovel, Jundiaí pôs no mercado 1.646 novos apartamentos entre janeiro e setembro deste ano -alta de 17% em relação ao mesmo período de 2015.

Os novos empreendimentos são modernos e incluem um pacote completo de serviços nas áreas de lazer, com quadra gramada, spa, academia e salões diversos para eventos. Predominam por lá os apartamentos de dois quartos, a partir de R$ 215 mil.

Reinaldo Canato/Folhapress
Com 13 torres, o condomínio Atmosphera fica ao lado da rodovia e tem piscina com raia e cinema
Com 13 torres, o condomínio Atmosphera fica ao lado da rodovia e tem piscina com raia e cinema

Segundo o corretor Cícero da Silva Júnior, da 2House Imóveis, a maior vantagem de Jundiaí está no preço mais competitivo. Enquanto o valor médio do metro quadrado de um imóvel lançado nos últimos 12 meses, no centro de São Paulo, sai na faixa de R$ 8.322, em Jundiaí, esse valor despenca para R$ 4.196, segundo a Geoimovel.

"Com o mesmo R$ 1 milhão investido em São Paulo para comprar um apartamento de alto padrão de 100 m², o cliente pode achar um aqui por 160 m²", diz Silva Júnior.

OESTE

A região imobiliária mais aquecida da cidade é a porção oeste, em razão da disponibilidade de áreas. É lá que também será construído o "Vale do Silício" de Jundiaí, um parque tecnológico de 216 mil metros quadrados.

É nos bairros de Medeiros, Eloy Chaves e Ermida, às margens das rodovias, que estão surgindo muitos dos lançamentos com vista para a Serra do Japi.

Na rodovia Dom Gabriel (SP-300), a construtora Queiroz Galvão ergueu o complexo Atmosphera, com 13 torres -duas ainda em obras. O local tem piscina com raia e cinema. Os preços variam de R$ 250 mil (dois quartos) a R$ 695 mil (quatro quartos).

"Cerca de 50% de nossa demanda hoje tem sido de paulistanos que querem estar perto da estrada para chegar a São Paulo", diz o superintendente Ricardo Leal.

De olho nessa demanda, o empresário Cleverton Ferreira, 40, adquiriu três apartamentos do Atmosphera para investir. "É um ponto muito estratégico e já com uma oferta de serviços", afirma.

Com um novo plano diretor aprovado neste ano, Jundiaí endureceu as regras e só aprovará novas torres com até quatro andares em áreas próximas dos mananciais e da Serra do Japi, conta Daniela Sutti, secretária de Planejamento e Meio Ambiente.

"Essas regiões precisam ser pouco adensadas para proteger as nascentes. Na crise hídrica, a cidade passou incólume", afirma.

Para Márcio Viotti, presidente do Proempi (entidade do setor imobiliário), a medida é um retrocesso. "Uma torre baixa não alcança a faixa de preço da classe C."

CONDOMÍNIOS DE CASAS

A disponibilidade de áreas grandes e o preço mais competitivo do terreno também têm feito de Jundiaí um polo de atração de novos condomínios de casas.

Segundo dados do Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo), a cidade obteve, em 2015, a aprovação de quatro loteamentos, com capacidade para 820 terrenos. No ano anterior, foram três projetos, mas com um número bem menor de lotes –292, no total.

Para José Roberto Orlando, diretor regional do Secovi (entidade do setor imobiliário) em Jundiaí, a demanda tem sido puxada por paulistanos. "Esse público deixa os apartamentos na capital em busca de qualidade de vida e de um lugar com maior potencial construtivo."

O metro quadrado de um terreno em Jundiaí custa em torno de R$ 1.000. Em São Paulo, o preço médio é quatro vezes maior.

O engenheiro civil Ricardo Dequech Filho, 39, mora em São Paulo, mas decidiu apostar em Jundiaí. Ele comprou, há cinco anos, oito terrenos no Reserva da Serra –loteamento a 25 km da região central da cidade.

O investimento, diz ele, tem dado certo. "Os terrenos valiam R$ 190 mil. Hoje, custam R$ 250 mil." Dequech Filho já ergueu três casas no local. Todas são de alto padrão, têm pé direito duplo e área de até 350 m². A mais cara custa cerca de R$ 1,6 milhão.

A construtora Queiroz Galvão vai lançar em 2017 mais um condomínio de casas nas margens da rodovia Dom Gabriel, com vista para a Serra do Japi, diz o superintendente comercial Ricardo Leal.

A empresa já ergueu dois residenciais em Jundiaí, com até mil casas. Desta vez, o novo empreendimento terá 500 casas, de 120 m² a 170 m², e preço a partir de R$ 350 mil.

"Muita gente tem sido transferida para Jundiaí por conta da chegada de indústrias. Acreditamos que a demanda só vai aumentar", afirma Leal.

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