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Estilos industrial, retrô e minimalista são os preferidos na casa; saiba usar

O arquiteto Brunno Meireles, do escritório Meireles + Pavan, já está cansado de ouvir clientes pedindo ladrilhos supercoloridos na parede em cima da pia da cozinha.

"Prefiro trabalhar com cores mais naturais, então tenho que quebrar a cabeça para atender o morador e, ainda assim, deixar o projeto interessante", afirma.

Os azulejos personalizados remetem à decoração retrô, uma das mais pedidas por quem vai construir ou reformar, de acordo com arquitetos consultados. Também estão em alta os estilos industrial e minimalista.
No retrô, ganham destaque peças de madeira com veios marcados, móveis com pé palito e estampas geométricas.

"O resgate do vintage está associado a um retorno afetivo, uma espécie de lembrança de casa de vó", diz a arquiteta Juliana Moyses, do escritório Drops Arquitetura.

Nas decorações minimalistas, paredes e pisos são neutros, e os móveis têm linhas retas e simples. "A ideia é ter poucas e boas peças nos locais certos", explica.

Mas o estilo campeão de pedidos é o industrial, marcado pelo uso do cimento queimado e do concreto aparente, com tijolos e instalações elétricas à mostra.

Móveis e objetos de decoração ganham detalhes metalizados, e a iluminação é rústica, em alguns casos com o uso de spots parecidos com os de um teatro.

Para Moyses, a decoração industrial é a mais marcante entre as que estão na moda, difícil de ser revertida em caso de arrependimento.

"Um ambiente minimalista pode ser facilmente transformado porque tem uma base neutra. Com o industrial, isso é mais complicado."

Quem está na dúvida ou tem medo de enjoar deve deixar o modismo para apenas algumas peças. "Não é preciso transformar a casa em um cenário, com todos os móveis do mesmo estilo", completa.

A arquiteta Daniele Okuhara, do escritório Doob Arquitetura, vai na mesma linha. "Escolha aquilo de que você não abre mão e tente equilibrar com outros elementos. Se quiser uma parede com tijolos aparentes, deixe o concreto para um vaso, não precisa colocar no piso inteiro. Assim, o ambiente não fica caricato", diz.

Segundo Noura Van Dijk, vice-presidente da ABD (Associação Brasileira de Designers de Interiores), o industrial é voltado para um público jovem e pode se tornar datado com o tempo.

"Sempre haverá quem procure um estilo descontraído. Mas será que a pessoa vai envelhecer e continuar gostando de morar daquele jeito?"

TUDO JUNTO

Outra moda que saiu do industrial são os ambientes integrados –inspirados em galpões de fábricas, diz Meireles. Segundo Beatriz Ottaiano, arquiteta do Doob, a tendência ganhou impulso com imóveis cada vez menores.

"Com menos espaço, há essa necessidade de integrar cômodos e otimizar o uso dos ambientes", afirma.

Andrea Bandoni, coordenadora do Istituto Europeo di Design de São Paulo, concorda que o conceito veio para ficar, mas alerta que a ideia pode não servir para todo mundo. "Se a pessoa quer privacidade em casa, pode não ser a melhor opção."

De acordo com ela, outra preferência que não é passageira são as plantas dentro de casa. Por outro lado, o gosto por jardins verticais pode ser só um modismo. "É preciso identificar o que é de fato tendência. O painel em si é apenas uma opção", diz.

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