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Manutenção de colchões evita problemas ortopédicos e respiratórios

Eles já foram feitos de crina de cavalo, palha de milho e até de capim. Hoje, os colchões são basicamente constituídos por uma combinação de molas e espumas, o que não facilitou em nada a escolha do modelo ideal para garantir uma boa noite de sono.

Não basta ser confortável. O primeiro passo é prestar atenção na densidade do colchão. Sem mistério: as lojas costumam ter uma tabela com as opções mais indicadas com base no peso e na altura do cliente. Quanto mais denso, mais duro ele será.

Por exemplo, para uma pessoa que pese entre 51 e 60 kg e tenha até 1,50 m de altura, o recomendado é um modelo com densidade 26. Já aqueles que tenham a mesma altura, mas pesem entre 61 e 70 kg, devem optar por aquele com densidade 28.

Depois, hora de fazer o teste do colchão. Mais moles ou rígidos? De espuma ou de mola? "Não tem receita de bolo. É uma decisão que cabe a cada um", diz Robert Meves, ortopedista da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Bruno Poletti/Folhapress
Darcio e Marcia de Pieri com o filho, Adriano, no apartamento em que moram, na zona oeste de SP
Darcio e Marcia de Pieri com o filho, Adriano, no apartamento em que moram, na zona oeste de SP

O importante, diz o médico, é evitar extremos. "Aqueles muito fofos ou duros demais podem levar ao desalinhamento do tronco em relação ao pescoço", explica.

Os travesseiros devem ser complementares ao colchão, afirma Alexandre Cristante, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP.

"Quem dorme com a barriga para cima deve escolher um travesseiro mais baixo. Quem deita de lado deve optar pelos mais altos", diz ele. E aqueles que preferem ficar de bruços? "Nesse caso, será mais difícil conseguir um modelo que deixe a coluna reta."

Caso o corpo não fique bem acomodado, pode haver problemas como dores na coluna e nas articulações, torcicolos e refluxo, diz Cristante.

MASSAGEM

Para além dos modelos mais comuns, existem ainda colchões mais tecnológicos, com recursos que vão desde massageadores até ímãs com propriedades terapêuticas.

O vendedor Adriano de Pieri, 40, e seus pais, Marcia e Darcio, de 63 e 67 anos, decidiram comprar colchões do tipo em setembro passado.

O filho escolheu um mais "básico", de espuma de poliuretano, que conta com proteção antiácaros e antifungos e automassageador na superfície. Ele pagou cerca de R$ 2.600 pelo item. "Passei uma semana sem dormir, me adaptando. Agora, durmo mais relaxado e não tenho mais refluxo de manhã."

Segundo Cristante, da USP, o refluxo pode ser causado pela inclinação excessiva da cabeça ou tronco no sono.

Já os pais de Adriano compraram um dos mais modernos do mercado, com direito a massageador elétrico, diversas camadas de espuma e um tecido que diminui a absorção de líquidos e poeira.

"Antes, eu e meu marido acordávamos já irritados, soltando faísca", conta Marcia. "Hoje, é Deus no céu e o colchão na terra." O casal pagou em torno de R$ 7.000 por ele.

Mas comprar um colchão muito desenvolvido não é sinônimo de milagre, pondera Meves, da Santa Casa: "É possível que o colchão anterior já não estivesse muito bom". Ele diz ainda que é bom conferir se há um selo da Anvisa naqueles mais tecnológicos.

Coletivo Amapoa/Folhapress
A assistente de importação Daniela Garcia, 25, em seu apartamento, na zona oeste de SP
A assistente de importação Daniela Garcia, 25, em seu apartamento, na zona oeste de SP

O colchão tem prazo de validade: segundo especialistas, não passa de cinco anos.

Durante esse tempo, é preciso ter cuidado e mantê-lo bem conservado. A primeira dica é girá-lo, invertendo a parte da cabeça com a do pé, a cada 30 dias, explica Fábio Maldonado, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Colchões. Ele também recomenda que, no caso dos colchões de espuma, a parte de baixo seja colocada para cima.

Além de questões ortopédicas, colchões podem gerar problemas respiratórios. "É um lugar onde há grande proliferação de ácaros, que se alimentam da pele que perdemos à noite", explica Maria Cândida Rizzo, coordenadora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Nem aspiradores nem panos úmidos dão conta do problema. A solução, diz ela, é usar capas protetoras no travesseiro e nos colchões.

A recomendação é seguida pela assistente de importação Daniela Garcia, 25. "Eu tenho rinite, sinusite todas as 'ites'", diz ela, que usa as capas na cama desde pequena.

O pneumologista José Eduardo Cançado, da Santa Casa de São Paulo, recomenda que os colchões sejam expostos ao sol ao menos uma vez por mês. "Evita mofos e ácaros."

Editoria de Arte/Folhapress
Boa noite
Boa noite

POSIÇÃO
Ao deitar, a coluna deve ficar alinhada ao pescoço. O colchão não pode ser muito mole ou duro, senão as áreas mais pesadas do corpo ficarão mal acomodadas.

APOIO
Quem tem o hábito de dormir com a barriga para cima precisa usar travesseiros baixos; se a pessoa dorme de lado, deve usar um apoio mais alto.

DENSIDADE
Quanto maior a densidade de um colchão, mais rígido ele é. A orientação é que pessoas pesadas e altas optem por modelos mais densos e com molas mais resistentes.

CONSEQUÊNCIAS
Com o tempo, dormir com má postura pode causar dores musculares, torcicolos, desgaste nas articulações e até refluxo.

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VIDA LONGA
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RODA, RODA
É importante que, a cada 30 dias, os colchões sejam girados -o extremo da cabeça deve ir para o pé, e vice-versa.

OUTRO LADO
No caso dos modelos de espuma, é recomendado colocar a parte que está embaixo para cima, e vice-versa, uma vez por mês.

AR LIVRE
Especialistas recomendam que, ao menos uma vez a cada 30 dias, colchões e travesseiros fiquem ao sol para evitar fungos e ácaros.

SEM SUJEIRA
Usar o aspirador de pó não elimina, mas reduz os ácaros e restos de comida na cama. O pano úmido pode gerar fungos.

CAPA
As capas antiácaros são uma boa opção para os alérgicos, além de conservar o colchão e os travesseiros.

FIM
Colchões velhos devem ser encaminhados a um dos 98 ecopontos da prefeitura. De lá, vão para um aterro sanitário.

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