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Casa Cor 2017

Cores claras perdem força enquanto o preto ganha mais espaço

Desafiados pela organização da Casa Cor a focar no fundamental, os profissionais da mostra apostaram, no geral, em materiais mais básicos, como madeira e pedra. Nas tintas, fugiram de cores fáceis. p(gallery). Casacor 2017

O cinza suave, tido como "o novo branco", escureceu, e o preto ganhou mais espaço. "Esse clarinho perde força, as pessoas estão ousando e experimentando com cor", diz Fernanda Figueiredo, gerente de cores e comunicação da AkzoNobel, dona da Coral e patrocinadora da mostra.

A cozinha criada por Érica Salguero, por exemplo, tem marcenaria, geladeira e torneiras pretas compondo um estilo industrial. Na "Casa Contraste", de Léo Shehtman, só entraram duas cores: o branco e o preto.

A "Suíte Black", de Gustavo Neves, apresenta matizes diversas de preto para criar um ambiente dramático. A grande cabeceira curva da cama é de madeira ébano, e o piso de limestone, originalmente amarelo, foi pintado de preto e lixado pelo próprio arquiteto.

"Gosto do preto porque ele não apela para nada. O design se apresenta como é, sem cores ou materiais camuflando sua falta de originalidade ou função", diz Neves.

Para Figueiredo, as paredes "fizeram jus" ao nome do evento nesta edição.

"Antes, observávamos tons mais neutros e até os profissionais preferindo outros tipos de revestimentos. Dessa vez, vimos os arquitetos reconhecendo a oportunidade de usar mais a tinta e até de brincar com ela, criando grafismos e geometrias. Isso é importante, porque a tinta é um das ferramentas de transformação mais acessíveis na decoração."

Predominaram na mostra camadas de azuis acinzentados e esverdeados. "São cores muito democráticas. Se você combinar com amarelo, deixa o ambiente alegre. Com madeira, fica mais clássico", afirma Figueiredo.

Conforme vai clareando, o verde combina ainda com rosa, "um rosa seco", completa Figueiredo. O tom é a base para o "Loft Romanov", do Suíte Arquitetos, uma releitura contemporânea da paleta de cores dos palácios russos, de acordo com o escritório.

NATURAL

Entre os revestimentos, madeira e pedra predominam e, juntos, criam ambientes aconchegantes. Eles aparecem, no entanto, em texturas variadas. Uma parede de blocos de arenito e outra com placas de madeira freijó posicionadas de forma desencontrada dão um toque rústico à "Casa da Mata", de Olegário de Sá e Gilberto Cioni.

Já na "Casa do Mar", de Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli, os acabamentos naturais têm contornos mais suaves. Na área social, o piso é de mármore, e boa parte das paredes é revestida por painéis de madeira de carvalho lixado. "O Brasil sempre usou muita madeira maciça. Agora, aparece, cada vez mais, a madeira processada em painéis, que pode forrar paredes, estantes, portas, janelas. Essa troca é uma tendência no país e um caminho sem volta, porque demonstra maior cuidado com a natureza", diz Pedro Ariel Santana, diretor de conteúdo da Casa Cor. Segundo Santana, a madeira bruta pode estar mais sujeita a contrabando e extração ilegal.

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