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alphaville/tamboré

Área nobre na Grande SP, Granja Viana reúne criadores de cães

Desde jovem Irene Alt Degenhardt, 72, planejava morar na Granja Viana, zona oeste da Grande São Paulo, mas só em 2006 se mudou para lá com seus cães.

Irene é conhecida como a mãe dos schnauzers, por ter trazido a raça para o Brasil, na década de 1960.

"Quando me mudei, pensei: 'aqui todo mundo tem cachorro, ninguém vai reclamar'", explica a dona do canil Altenstadt.

No jardim de sua casa, além de cultivar flores, frutas e até um pé de jiló, Irene cria dez schnauzers. Ela e os cães recebem as visitas semanais de amigos como os dobermans do veterinário e criador Edgard Morales Brito, casado com Anita, filha de Irene.

Criar cachorros, para si ou para vender, é uma característica dos "granjeiros".

"O morador da Granja tem de três a quatro cães, em geral de médio e grande porte", diz Daniela Bochi, gerente de marketing da Cobasi, rede de produtos para animais de estimação, que mantém no local uma loja de 2.200 metros quadrados.

A cidade de Cotia, onde fica a Granja Viana, tem 34 empresas cadastradas como "prestador de serviço a pets", e uma de adestramento.

O primeiro canil está ligado a Niso Vianna, morto em 1971. Ele era o dono da fazenda Carapocuyba, que deu origem ao bairro.

Nos anos 1930 Vianna criava cães para acompanhá-lo em suas caçadas.

Hoje, além de criadores, muitos profissionais do ramo se estabeleceram na Granja Viana, de veterinários à "handlers" (treinador e apresentador de cães em exposições).

Keiny Andrade/Folhapress
Irene Alt Degenhardt, na cadeira, sua filha Anita Alt e o genro, Edgard Morales Brito, com os schnauzer Pipoca, Keiko e Pileque e as dobermans Athena e Xiva
Irene Alt Degenhardt, na cadeira, sua filha Anita Alt e o genro, Edgard Morales Brito, com os schnauzer Pipoca, Keiko e Pileque e as dobermans Athena e Xiva

ATMOSFERA RURAL

O ar mais puro, segundo Irene, e a atmosfera rural são outros aspectos valorizados pelos moradores.

"Desde os primeiros loteamentos, morar na Granja Viana era uma forma de fugir de São Paulo sem se afastar da capital", diz Cesar Augusto Tiburcio, 49, pedagogo e pesquisador da história do município de Cotia.

Vianna, o dono das terras, começou na década de 1950 a vender lotes para amigos de alto poder aquisitivo -característica até hoje dos moradores. Nos anos 1970 surgiram os primeiros condomínios.

"A ideia é a mesma: ter uma casa com ar de chácara em São Paulo", diz Tiburcio.

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