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interior/litoral

Campos do Jordão constrói condomínio sem muros

Divulgação
Bairro dos Mellos, na fronteira entre Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal
Bairro dos Mellos, na fronteira entre Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal

Um vilarejo sem muros, que promova a convivência entre moradores de fim de semana e comunidade local. Essa é a proposta do Habitat dos Mellos, empreendimento no bairro dos Mellos, a 18 quilômetros de Campos do Jordão, na divisa com Santo Antônio do Pinhal, interior de São Paulo.

A iniciativa é parte dos planos do casal de empresários Fernanda Ralston, 40, e Ricardo Semler, 58, que já são donos do hotel Botanique, na mesma região e com diárias que chegam a R$ 4.500.

A ligação de Ralston com o local é de família. Seu tataravô veio da Inglaterra para construir a estrada de ferro que liga Campos a Pindamonhangaba. Ela e o marido começaram a comprar terras ali no início dos anos 2000. Agora têm 3 milhões de metros quadrados, o equivalente a dois parques Ibirapuera.

A primeira etapa do projeto, prevista para o mês de outubro, é o Botanique Community, um condomínio sem muros formado por 42 casas, cujos valores variam entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão.

Mas dinheiro não basta para garantir um quinhão de ar puro. De início, apenas convidados poderão comprar as casas. "Queremos pessoas que pensem como nós", diz Ralston. Por isso, os interessados devem seguir regras, como não levantar muros e contratar mão de obra local.

Na segunda fase, planejada para 2018, o casal oferecerá casas entre R$ 250 mil e R$ 500 mil com financiamento de longo prazo, exclusivo para moradores locais ou para quem quiser viver ali, e não apenas ter uma casa de fim de semana ou férias.

Renato Cymbalista, arquiteto e urbanista e professor da FAU-USP, afirma que é raro no Brasil um projeto imobiliário levar em conta a comunidade preexistente do entorno, mas ressalva: "Como é uma experiência nova, é importante que o projeto tenha indicadores e formas de acompanhar seu impacto na comunidade".

Responsável pela curadoria dos projetos, o arquiteto Rodrigo Ohtake conta que as casas serão pré-fabricadas para que a obra seja rápida e limpa.

Serão cinco projetos pré-aprovados, entre 100 e 200 metros quadrados, e haverá preferência para arquitetos brasileiros. As áreas comuns incluem praças, esculturas a céu aberto, templo ecumênico, bistrô e áreas agrícolas cultivadas pelos habitantes locais.

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