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Classe A é a mais satisfeita com próprio endereço em São Paulo

A avaliação positiva do próprio bairro é maior entre os moradores mais ricos da cidade: 64% dos paulistanos da classe A acreditam que moram no melhor local da cidade –o índice geral é 35%.

A pesquisa do Datafolha ouviu 493 pessoas das classes A, B e C de todas as regiões da cidade entre 10 e 12 de agosto. O conceito de classes utilizado foi o Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, baseado na posse de bens.

Para especialistas, esse número se deve ao fato de que as classes A e B estão nos bairros mais nobres da cidade. "Esse bairros historicamente sempre concentraram mais investimentos, não só da iniciativa privada, mas também do setor público. Então existe uma maior quantidade de empregos, áreas verdes e equipamentos públicos", afirma Márcio Coelho, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAAP.

Alberto Rocha/Folhapress
O imunologista Gabriel Victora, 40, que recebeu 'bolsa para gênios da Fundação MacArthur
O empresário Marco Peloso, 58, no seu prédio, em Santana

Victoria Villas, da imobiliária Imóvel A, especializada em alto padrão, acrescenta que paulistanos da classe A geralmente procuram por bairros mais planejados. "As principais demandas são segurança, proximidade com o trabalho e a escola das crianças, e as melhores opções de comércio, equipamentos culturais e gastronomia."

Marco Peloso, 58, empresário que trabalha no ramo da construção civil e mora em uma área nobre de Santana (zona norte), conta que muitos empreendimentos de luxo têm surgido no bairro nos últimos anos.

"Temos uma qualidade de vida privilegiada e uma sensação de segurança muito grande. Além disso, com a proximidade da Serra da Cantareira, a qualidade do ar é muito melhor que em outras regiões. Por isso as pessoas não querem sair daqui", diz.

Mas essa percepção positiva do próprio bairro nem sempre está ligada a fatores objetivos. Coelho, da FAAP, aponta que, muitas vezes, o imaginário coletivo faz com que certos bairros sejam mais valorizados que outros. Segundo ele, a classe A costuma preferir lugares que são mais exclusivos e reconhecidos socialmente como melhores em qualidade de vida.

"O centro da cidade, por exemplo, é visto por muitos como decadente, mas várias pessoas gostam de morar lá. Diferentes grupos sociais têm percepções distintas sobre os melhores locais para se viver. Então alguns lugares são estigmatizados pelas classes mais altas e outros são vistos como mais atraentes, como no caso dos Jardins."

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