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zona leste de são paulo

Centro cultural dá vida a área tombada na Penha

No dia 26 de fevereiro, o perímetro do centro histórico da Penha, na zona leste de São Paulo, foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico.

Dentro dessa área está o Centro Cultural da Penha, um complexo de 3.500 metros quadrados com biblioteca, shows, teatro, filmes e oficinas de arte, dança e música.

Alberto Rocha/Folhapress
Biblioteca José Paulo Paes, no Centro Cultural da Penha (zona leste), que conta com um acervo de mais de 46 mil livros
Biblioteca José Paulo Paes, no Centro Cultural da Penha (zona leste), que conta com um acervo de mais de 46 mil livros

Em média, cerca de 2.500 pessoas visitam o espaço por mês. Uma realidade oposta a do final da década de 1960, quando a região era pobre em opções de lazer. Esse cenário começou a mudar quando um grupo de moradores deu início a um movimento para criação de uma biblioteca.

Quem conta essa história é o advogado Hatiro Shimomoto, de 83 anos -63 deles vividos na Penha. Na época, secretário do grupo (chamado Ação Comunitária Penhense), ele foi o responsável por recolher assinaturas em prol da biblioteca. "Visitei escolas públicas da Penha até São Miguel Paulista", diz.

Ele não lembra quantas assinaturas conseguiu, mas diz que o documento encadernado entregue à prefeitura resultou em um livro com uma lombada de 5 centímetros.

A reivindicação foi atendida, com a inauguração em 1970 da biblioteca, da casa da cultura e do Teatro Martins Penna. Inicialmente esses espaços funcionavam no mesmo prédio, mas eram administrados de forma independente. Em 2012, após uma reforma, foi criado o Centro Cultural da Penha (CCP).

"Passamos a atuar com planejamento e agenda integrados e conseguimos ganhar agilidade nas ações culturais", diz Valquiria Gama Nascimento, diretora do CCP.

A biblioteca José Paulo Paes conta com um acervo de 46 mil livros, organizados em literatura infantil, juvenil e adulto. Também há as áreas temáticas -cultura africana, gibis e mangás.

Além do empréstimo de livros, para o qual o frequentador precisa apenas fazer a carteirinha, apresentando um documento e comprovante de residência, a biblioteca também recebe alunos das escolas do entorno para prática de atividades de leitura, realiza saraus de teatro e poesia, rodas de leitura e contação de histórias. Tem à disposição duas salas, com capacidade para 15 pessoas cada, utilizadas para estudar ou ensaiar apresentações.

O centro também conta com o Espaço Cultural Mário Zan, com três salas, que podem ser usadas para eventos, o Estúdio Itamar Assumpção, destinado a ensaios musicais e o FabLab, um laboratório de projetos equipado, entre outros recursos, com impressoras 3D e cortadoras a laser.

Para usar espaços específicos é preciso agendar. Artistas que desejam utilizar os estúdios, por exemplo, preenchem um formulário online no Facebook.

Para participar de cursos e oficinas, basta fazer inscrição na página do espaço no Facebook ou pessoalmente na recepção do local. Todas as atividades são gratuitas. A maioria da programação destinada ao público também é de graça e, quando há bilheteria, os preços são populares.

Neste domingo, dois eventos gratuitos acontecem no CCP, no Largo do Rosário, 20. Às 16h, haverá a apresentação de contação de histórias "A Guardiã", no Espaço Cultural Mario Zan. Às 19h, será encenada a peça "Dama da Noite", da Trupe Íris, no Teatro Martins Penna (classificação etária 18 anos).

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