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Pneu que não fura e soluções sustentáveis integram roteiro em feira de construção civil

Visitantes da Feicon Batimat poderão se informar sobre processos "limpos" e produtos com valores ambientais agregados por meio de um roteiro guiado pelo salão.

A "rota da sustentabilidade" foi criada por Reed Exhibitions Alcantara Machado e Inovatech Engenharia, com apoio da Fundação Vanzolini. Integram o percurso estandes de empresas com soluções avaliadas em fabricação, obra e aplicação.

De acordo com o diretor da Inovatech, Luiz Henrique Ferreira, a iniciativa pretende ajudar expositores, varejistas, construtores e arquitetos a mensurarem a sustentabilidade de maneira tangível para seus clientes.

A questão da sustentabilidade está inserida hoje em toda cadeia de construção, diz Gustavo Binardi, diretor da Feicon. "Mais que novas soluções e tendências, queremos promover questões como consumo consciente para os milhares de visitantes."

São 24 critérios estabelecidos pela organização. Os fabricantes devem atender no mínimo a 12 requisitos, entre eles quantificação das emissões de dióxido de carbono no processo produtivo; rastreabilidade da cadeia produtiva; menor consumo de recursos e redução de resíduos no canteiro de obras; eficiência energética e hídrica; reciclabilidade; baixa manutenção; desmontabilidade; conforto térmico e acústico.

São aceitas autodeclarações dos fabricantes. A Fundação Vanzolini poderá eleger algumas empresas, como amostras, e verificar a conformidade das declarações.

"Os participantes da rota da sustentabilidade responderam a altíssimos níveis de exigência. As empresas selecionadas são as que estão à frente de seu tempo, atendendo a critérios que não são triviais", afirma Ferreira.

Segundo ele, o setor está cada vez mais comprometido com o ambiente. "O consumidor está mais consciente, significa que empresas que não pensarem de maneira sustentável ficarão para trás."

Em obras que optam por tecnologias ecologicamente corretas, a economia de eletricidade chega a 30%, e a de água a 50%, lembra Ferreira.

Integram o circuito sustentável FBPneu, Ecofiber, Tecnoperfil, Arouca, Atenuasom, Decorlit e Doutor Água.

CARRINHO DE OBRA

Alexandre Turozi, presidente da FBPneu, conta que em 2016 a empresa criou um pneu para carrinhos de mão com matéria-prima 100% reciclada. Sem câmara de ar e com design voltado para uso em terrenos irregulares, o componente volta à forma normal sem rasgar ou furar mesmo após muito impacto.

"Obras civis não são muito gentis com pneus de carrinhos de mão. Duram dois meses e depois precisam ser trocados, o que causa irritação e perda de tempo", diz Turozi. O modelo suporta até 100 quilos e pode durar dois ou três anos sem trocas, diz ele.

O pneu chega ao consumidor por preços entre R$ 60 e R$ 80, equivalente aos do pneu convencional. A taxa de retorno por estragos é inferior a 0,1%, segundo a empresa, que encaminha peças devolvidas para reciclagem.

MAIS PNEU

Borracha de pneu usado, aliás, é matéria-prima de vários fabricantes de pisos. No caso da Crossfit, o processo é feito sem geração de resíduos, o que garantiu à marca um selo do Ibama e uma certificação da ABNT.

O metro quadrado do material suporta até 300 quilos e usa, em média, seis pneus que seriam descartados na natureza. O produto final, feito com 95% de borracha reutilizada, também é reciclável.

Só que o preço do metro quadrado do material é até 70% maior do que o de pisos convencionais.

"Vale a pena pagar não só pelo apelo ecológico, mas porque o piso confere proteção real em caso de quedas", afirma Sidney de Brito, diretor da Crossfit.

Outra que reaproveita pneus é a Aubicon. Mais de 5 milhões deles foram reutilizados desde 2009, na construção de carpetes de absorção de impacto e mantas acústicas. Além de ser usado em academias e playgrounds, o material reaproveitado é vendido em rolo para ser instalado em escritórios como alternativa aos carpetes.

O diferencial é a adição da borracha EPDM na produção, o que garante que a textura macia e a cor resistam a intempéries, conforme Rafael Safra, diretor da Aubicon.

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