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centro e zona norte

Bela Vista, no centro de SP, renova seu parque residencial

A Bela Vista, bairro encostado à região central e que compreende o Bexiga, seu miolo original, e o Morro dos Ingleses, foi palco nos últimos cinco anos de 22 empreendimentos imobiliários, totalizando 3.692 apartamentos novos, segundo pesquisa do Grupo Zap VivaReal.

O bairro é líder, portanto, em lançamentos verticais na região central de São Paulo entre 2013 e 2017. Santa Cecília e Sé, os colocados em segundo lugar, contaram cada um com 13 novos empreendimentos no período analisado.

Os números, segundo o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, mostram uma renovação do parque habitacional. "É mais uma reciclagem. Os imóveis vão ficando velhos e as áreas residenciais vão se renovando".

Perto da avenida Paulista, exemplifica Petrucci, existia uma grande concentração de quitinetes que estão dando lugar a empreendimentos mais modernos, de melhor padrão.

Alberto Rocha/Folhapress
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Sobrado resiste ao crescimento da Bela Vista na esquina das ruas Pedroso e Dr. Alfredo Ellis

Evanilson Bastos, diretor comercial da Setin, que entregou recentemente no bairro o Setin Downtown Genebra, concorda com a visão. "As quitinetes hoje são substituídas por apartamentos mais sofisticados. As pessoas estão mais interessadas em voltar a morar no centro ou próximo dele".

O Genebra tem apartamentos de 30 a 55 metros quadrados, com preços a partir de R$ 305 mil. Entre as comodidades do empreendimento estão serviços de lavanderia, arrumação e delivery de supermercados.

Os preços dos imóveis também ajudam a atrair uma nova leva de moradores. O diretor de vendas Renato Manganello, 29, trocou Pinheiros pela Bela Vista no começo do ano. "Encontrei preços muito melhores do que em Pinheiros, por exemplo", diz.

O preço médio do metro quadrado na Bela Vista está em R$ 7.084, pouco mais da metade dos R$ 13.807 cobrados em Pinheiros, segundo os dados do Secovi-SP.

Manganello diz que, além dos espaços culturais, dos cinemas e das opções gastronômicas do bairro, o lado financeiro pesou na decisão de mudar de região. Ele aposta, também em uma maior valorização da Bela Vista.

A localização explica essa aposta, na análise da construtora TPA Empreendimentos.

"Quando você está no centro, o que mais interessa é a localização, às vezes é mais importante do que o apartamento em si", diz Gustavo de Pádua,que é analista de marketing da TPA.

A empresa já construiu dois edifícios no bairro e prepara para o primeiro semestre de 2019 o lançamento do terceiro, o Bandeira Pauliceia, com apartamentos que vão de 23 a 65 metros quadrados com preços a partir de R$ 222 mil.

O bairro tem um perfil de moradores muito variado. Há os solteiros que ficam pouco em casa e preferem um estúdio menor e bem localizado. E opções com duas suítes e até com portas sociais separadas, para quem quer alugar um quarto, comenta Manganello.

Cenário de um crescimento acelerado nos últimos anos, a Bela Vista foi até a segunda metade do século 19 uma chácara que servia como ponto de abastecimento para os tropeiros que abasteciam a cidade.

Até 1878, a propriedade de António José Leite Braga, o Antônio Bexiga, era limitada pelos riachos Itororó e Saracura.

A escritora Nádia Marzola, em livro sobre a história da Bela Vista, conta que o botânico e naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1779/1853)descreveu sua passagem pela chácara, em 1819, citando as "plantações simétricas de jabuticabeiras e laranjeiras dentro de cercados".

A caça de veados e perdizes era corriqueira na área.

A efetiva urbanização foi anunciada em 28 de julho de 1879, quando um texto no jornal "A Província de São Paulo" propagandeava lotes no Bexiga, oferecendo "magníficos terrenos com pastos ou matas, à vontade do comprador".

O nome oficial do bairro foi determinado em 1910. Na época, a Bela Vista atraía italianos que trocavam o trabalho rural pelo comércio ou a atividade de artesão na cada vez mais urbana São Paulo.

As duas primeiras ruas foram Santo Antônio e Santo Amaro. A avenida Brigadeiro Luís Antônio veio para encurtar o caminho para Santo Amaro, enquanto a urbanização da chácara do Sertório, nas proximidades, na década de 1890, incorporaria ao traçado da Bela Vista as ruas Pedroso e Artur Prado.

Lá fica a Vila Itororó, conjunto arquitetônico sem estilo definido, erguido nos anos 1920 e composto por um palacete e 37 casas.

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