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Nova ferramenta permite prever que São Paulo vai crescer para a zona leste

O mercado imobiliário de São Paulo terá em breve à disposição uma ferramenta que permite o acompanhamento da emissão de alvarás de construção na cidade.

O tempo entre a emissão das autorizações e o lançamento de fato de um empreendimento varia conforme a opção das incorporadoras, mas os dados ajudam a "prever" para onde a cidade crescerá.

Em parceria, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) lançarão um mapa de calor (indica a ocorrência de algo em determinado local em escala de cores, da mais clara para a mais escura) das autorizações.

Os alvarás considerados são os emitidos para edifícios verticais, de quatro andares ou mais, comerciais ou residenciais. A apresentação oficial da ferramenta deve ocorrer em junho, mas alguns dados foram antecipados num evento da Abrainc em 24 de abril.

"As informações disponíveis tratam sempre de momentos posteriores ao lançamento, como venda e estoque. Aqui, a gente propõe entregá-las um pouco antes", diz Bruno Oliva, economista da Fipe, à frente do projeto.

"O alvará é a primeira condição para um empreendimento. Isso ajuda a prever onde haverá vendas, ajuda o investidor a ficar de olho em determinada região", completa.

VILA MATILDE FOI DE ZERO ALVARÁ EMITIDO EM 2013 A CAMPEÃ EM 2017

De acordo com a Fipe, a região paulistana que mais se destacou em 2017 foi a leste, que responde por 45% de todas as autorizações nos moldes acima descritos emitidas na cidade (82 de 182).

Para efeito de comparação, a zona leste foi responsável por 22% dos alvarás anuais de São Paulo entre 2000 e 2017.

Não à toa, a localidade que mais emitiu autorizações de toda a cidade em 2017, a Vila Matilde, fica na região. E o crescimento foi progressivo.

Se em 2013 nenhuma autorização foi emitida no distrito, o número foi evoluindo ano a ano (dois em 2014, dois em 2015, cinco em 2016) até chegar aos 12 de 2017.

A quantidade acumulada de alvarás na Vila Matilde entre 2000 e 2013 é igual à do período entre 2013 e 2017 (21).

"É uma região densamente povoada, onde o terreno ainda é barato e há muita demanda, há ali uma boa possibilidade de construção de empreendimentos destinados à classe média e à classe média baixa", afirma Celso Amaral, diretor da Amaral d'Avila Avaliações.

A proximidade com o metrô e áreas já consolidadas, como Tatuapé, a seis quilômetros, também ajuda a impulsionar a Vila Matilde.

O preço médio do metro quadrado na região em 2017 foi de R$ 7.391. Nos últimos cinco anos, 11 empreendimentos foram lançados no distrito. Os dados são da ZAP Imóveis.

Outra região da zona leste que se destacou em 2017 foi Itaquera (oito alvarás). Como comparação, o distrito da Consolação, o que mais teve autorizações emitidas no centro, ficou com quatro.

Haverá dois tipos de informação no mapa de calor. Um, com dados brutos, será disponibilizado ao público. Outro, com ferramentas que permitem cruzamento de dados, apenas a incorporadores.

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