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Mostra de design em SP chama atenção para uso sustentável de madeira nativa

Divulgação
Pedro Braga, um dos criadores que participam da exposição Utensílios Nativos

A mostra Utensílios Nativos, que pode ser visitada de 29 de agosto a 1º de setembro no IED (Istituto Europeo di Design), é resultado do desafio aceito por nove designers: transformar peças brutas de madeira nativa brasileira em utensílios domésticos.

"Entregamos o tronco com casca mesmo, para instigar os designers e dar uma pegada ancestral", diz Natasha Schlobach, curadora e participante da exposição.

As criações, que ainda não foram finalizadas, vão desde objetos usados no dia a dia da casa, como colher, fruteira e vaso, a obras conceituais.

As madeiras escolhidas foram o guanandi, o louro-pardo e o jequitibá-rosa, todas provenientes de reflorestamento ou de agroflorestas -espaços que combinam o plantio de diferentes espécies de árvores com cultivos agrícolas.

A ideia é mostrar o potencial desse tipo de manejo certificado, que, segundo Schlobach, pode reduzir a pressão sobre o desmatamento da Amazônia e as emissões de carbono, já que as áreas produtoras estão mais próximas dos centros consumidores.

"Esses produtores estão querendo fazer um resgate cultural e de bioma. Nossa ideia é começar a injetar produtos no mercado para fazer com que a indústria moveleira abra o olho para isso", afirma a curadora.

"Um designer precisa pensar em uma série de questões para o que ele projeta: no material e na jornada inteira do ciclo de vida do objeto", afirma Victor Megido, diretor-geral do IED no Brasil.

Na visão dele, o designer tem papel fundamental de trabalhar junto a outros profissionais da indústria para encontrar novas soluções de produção em larga escala mais sustentável.

"É um trabalho de médio a longo prazo. Tem que investir muito em tecnologia para tornar a cadeia produtiva mais eficiente no uso dos materiais, consumindo menos recursos e fazendo mais", diz Megido.

Além da mostra Utensílios Nativos, a programação do instituto no festival Design Weekend conta com outras três exposições.

A Design 80/90 exibe mobiliários e luminárias de profissionais que, nas décadas de 1980 e 1990, tiveram de empreender por encontrarem as portas das indústrias fechadas para as suas criações.

Entre esses designers estão Carlos Motta, Claudia Moreira Salles e os irmãos Fernando e Humberto Campana.

Na Neo (In)vasão Design, seis coletivos em atividade ou criados especialmente para o evento expõem obras sobre o tema "originalidade" em um espaço de três metros cúbicos.

Outra exposição, a Oxidante, apresenta trabalhos de sete designers de joias, que discutem a relação das peças com a passagem do tempo.

A IED tem ainda uma programação de palestras sobre design de alimentos. Os participantes poderão ver uma impressora 3D de comida em funcionamento.

Todas as atividades são abertas ao público e gratuitas, mas, para participar de oficinas, é preciso fazer inscrição. Mais informações em ied.edu.br/dw2018.

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