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bairros que mais crescem

Construtoras pagam para erguer prédios acima do limite no Itaim Bibi

O crescimento do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo, nas últimas décadas contou com uma ajuda de incentivos municipais.

Iniciada em 1995 e alterada em 2004, a Operação Urbana Consorciada Faria Lima disponibilizou um estoque de 288.190 metros quadrados de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) para prédios residenciais. Esse recurso permite que as incorporadoras paguem para construir acima do limite estipulado no Plano Diretor.

Foi dessa forma, por exemplo, que a Cyrela conseguiu aprovar o projeto do Heritage Pininfarina. Dos 29,3 mil m² de área construída, 10 mil m² correspondem a adicionais onerosos que custaram, à incorporadora R$ 47 milhões.

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Bairro do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo; ao centro, com piscina redonda, o empreendimento Un1co, da construtora Meta

Segundo a secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento de São Paulo, Heloisa Salles Penteado Proença, foram registradas 26 adesões por parte das incorporadoras dentro da Operação Urbana Consorciada Faria Lima, sendo 17 para empreendimentos não residenciais. "Ainda temos um estoque de Cepacs, mas agora apenas para prédios residenciais", diz Proença.

Morador do bairro há 37 anos, o presidente da Sociedade Amigos do Itaim Bibi, Marco Antonio Castello Branco, 70, teme que subam mais prédios altos na vizinhança.

"O impacto será terrível. Derrubam casas e prédios pequenos para construir outros enormes no lugar, mas o bairro não suporta mais esse crescimento. O trânsito já é travado e não há como alargar as ruas", afirma.

Os problemas, diz Castello Branco, se alternam conforme o horário. Se o tráfego intenso de veículos é a principal questão durante o dia, à noite entram em cena as disputas por vagas próximas aos restaurantes e bares.

"Os manobristas não dão conta de estacionar tantos carros e, na pressa, os clientes largam seus veículos no meio de vias estreitas. Ouço buzinaços toda noite", afirma.

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Projeto em 3D da piscina do empreendimento Heritage, da Cyrela, em obras no Itaim Bibi

De acordo com a secretária de urbanismo, os recursos arrecadados com a venda de Cepacs e o pagamento de outorga onerosa foram investidos em intervenções que têm como objetivo melhorar a acessibilidade viária e de pedestres.

Como exemplos, ela cita a construção do túnel Max Feffer, a implantação da ciclovia que liga o Ceagesp ao Ibirapuera e a requalificação da Avenida Santo Amaro.

"Importante ressaltar também que grande parte desses empreendimentos é considerada Polo Gerador de Tráfego. Eles só recebem o Alvará de Execução depois que obtêm a Certidão de Diretrizes, emitida pela CET, que garante que a região receberá as devidas intervenções feitas pelo empreendedor."

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