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bairros que mais crescem

Penha e Vila Carrão tomam dianteira do mercado imobiliário na zona leste

A zona sul concentra o maior número de novos empreendimentos imobiliários da cidade de São Paulo desde o início dos anos 2000. Mas está prestes a perder a posição para a zona leste.

Essa região tem quase metade (45%) dos alvarás de construções emitidos no ano passado pela prefeitura. Nos anos 2000, a participação média da zona leste entre os novos alvarás era de 22%.

Os dados foram compilados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Essa mudança do eixo de crescimento imobiliário é atribuída, em parte, às novas diretrizes do Plano Diretor aprovadas em 2014.

As mudanças permitem maior adensamento em ruas e avenidas servidas de transporte público, o que impulsionou empreendimentos próximos a estações de metrô.

Também ajudaram o custo menor dos terrenos no local e a maior concentração populacional.

"Ali existe uma demanda reprimida de novos produtos", diz Reinaldo Fincati, diretor da Embraesp, consultoria imobiliária. "As pessoas moram na região e trabalham no centro. Faltam empreendimentos que tragam oportunidade de emprego até a zona leste."

Para ele, o crescimento só não foi maior por conta da crise. Do total de projetos aprovados na região nesse período, apenas 25% foram lançados.

Atualmente, os locais mais procurados são Vila Carrão, Penha e Vila Matilde –esta última dá nome ao distrito que engloba os três bairros. Ali, foram aprovados 12 alvarás no ano passado.

A região da Vila Matilde é majoritariamente residencial, com ruas planas, pequeno comércio e condomínios horizontais de casas e sobrados.

Os prédios mais altos vieram na década de 1990. De 1992 a 2017, foram levantados 129 na região.

A área próxima a três estações da linha 3-vermelha do metrô (Vila Carrão, Penha e Vila Matilde) é a que mais dá sinais de verticalização, segundo Alberto Ajzental, coordenador do curso de desenvolvimento de negócios imobiliários da FGV (Fundação Getulio Vargas).

"Guardadas as devidas proporções, a rua Platina se transforma numa avenida similar à Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Brooklin, conhecida pelos prédios de escritórios."

Uma das principais vias de acesso entre as estações do metrô Carrão e Tatuapé, a rua abriga o projeto Eixo Platina, da Porte Engenharia, especializada na zona leste.

"Levantaremos torres com lajes corporativas, com espaço para educação, saúde, cinemas, teatros e comércio, que serão entregues ao longo de cinco anos", diz André Coletti, diretor de incorporação de novos negócios da empresa. Faremos ainda uma intervenção paisagística nas calçadas."

O maior empreendimento da Porte na região será o último a sair do papel. Trata-se de um centro de entretenimento e lazer com 10 mil metros quadrados de lojas, um centro de convenção com 8.500 metros quadrados, 12 salas de cinema, teatro com 1.500 lugares e hotel com 250 quartos.

Ele começa a ser construído em 2020, e a previsão de entrega da obra é 2023.

Entre as empresas cotadas para se instalar na rua estão o Hospital Albert Einstein e a FGV. "A construtora trabalha em cima das demandas da região", diz Coletti.

A estimativa da Porte é que 2,5 milhões de pessoas saiam da zona leste para trabalhar no centro. A ideia é reter parte deste público (20 mil pessoas) no novo eixo comercial.

A empresa ergue ainda espigões de alto padrão entre o Tatuapé e o Jardim Anália Franco, como os edifícios Helen e Figueira, com 34 e 47 andares, respectivamente, e unidades que beiram os R$ 6 milhões.

O primeiro possui unidades de 374 metros quadrados, com quatro suítes e seis vagas na garagem. O edifício Figueira oferece plantas de 337 metros e opção de uma cobertura de 594 metros quadrados, com piscina e salão de jogos. A previsão de entrega é 2021.

O público local também é alvo da Forza Construtora, especializada na região. O proprietário, Fernando de Melo Morais, 50, começou seu negócio com condomínios de casas em 2010, na Vila Guilhermina. Hoje, projeta prédios com plantas compactas, de 40 metros quadrados, na Penha.

"Apartamentos são mais fáceis de vender do que casas, porque dá para encaixar no programa Minha Casa, Minha Vida. Além disso, o bairro ficou estagnado por décadas e carece de novos empreendimentos", diz Morais.

A Engelux é outra que planeja lançamento residencial na Penha. Próximo ao Parque Tiquatira, o empreendimento terá duas torres, com 22 andares cada e apartamentos entre 33 e 37 metros quadrados.

Os preços começam em R$ 165 mil e se encaixam no Minha Casa, Minha Vida.

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