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bairros que mais crescem

Mercado imobiliário segue os rastros do metrô em São Paulo

Desde a inauguração das primeiras estações na década de 1970 até as linhas ainda em construção, o metrô tem sido um grande fator de atração para a população e, consequentemente, para o mercado imobiliário.

A primeira linha, a 1-azul, foi aberta em 1974. São 6,4 quilômetros de extensão pela zona sul e sete estações, da Vila Mariana ao Jabaquara.

Já nesse período, o distrito da Saúde, contemplado nessa primeira linha, foi um dos que tiveram maior crescimento populacional na cidade: passou de 105 mil habitantes em 1970 para 136 mil habitantes em 1980, uma alta de 30%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os especialistas são unânimes em apontar a importância do metrô para o desenvolvimento das regiões aonde o meio de transporte chega.

Para o mercado imobiliário, o metrô é uma "âncora", ou seja, é visto como uma facilidade que atrai compradores.

Edgar Ueda, 40, sócio-fundador da empresa de inteligência em mercado imobiliário Mondeluz, explica, porém, que esse transporte não é o único atrativo.

"Universidades, escolas, shoppings, todos são fatores que o morador avalia, assim como outras questões, como segurança e facilidade de locomoção."

Ainda assim, ele destaca que o próprio metrô acaba atraindo outras âncoras, como escolas, centros comerciais e empreendimentos imobiliários que ajudam a desenvolver a região.

Sérgio Castelani, 35, economista do Grupo Zap, cita a sua própria história para exemplificar o movimento.

"Eu sou de São Bernardo do Campo e me mudei para o Ipiranga quando inauguraram a estação de metrô lá", conta. "Aquela foi uma região que se desenvolveu bastante com a chegada das estações Sacomã e Alto do Ipiranga."

O impacto da inauguração da estação Sacomã, em 2007, é visto no número de novos empreendimentos residenciais.

Em 2005 e 2006, houve seis lançamentos imobiliários no Sacomã. Em 2007, esse número saltou para nove. No ano seguinte, foram outros dez, de acordo com números da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento.

"As pessoas querem estar próximas do seu local de trabalho e o metrô é uma forma de compactar a cidade, deixando o acesso aos pontos de concentração de empregos mais barato, quando comparado ao carro, e mais rápido, quando comparado ao ônibus", afirma Castelani.

Ainda assim, ele ressalta que o desenvolvimento não é completamente linear. "Às vezes o entorno imediato da estação pode até apresentar alguma desvalorização, porque a chegada do metrô também traz muito movimento."

Hoje o metrô de São Paulo conta com 83 estações divididas em seis linhas diferentes e 93,6 quilômetros de extensão. E a estratégia de lançar novos empreendimentos próximos às estações segue firme no mercado imobiliário.

É o caso da incorporadora You. "Temos 53 empreendimentos e, com exceção de dois que são mais antigos, todos são próximos de uma estação do metrô", relata Rafael Mentor, 33, diretor comercial da You.

Um dos primeiros lançamentos da incorporadora perto do metrô foi o Metropolitan, em 2011, próximo à estação Tatuapé. O empreendimento é misto, com unidades comerciais e residenciais.

"Eram 400 unidades e vendemos tudo em um fim de semana", lembra Mentor.

Com apartamentos de até 70 metros quadrados, os empreendimentos da You costumam atrair pessoas solteiras e casais sem filhos.

Os próximos lançamentos em vista estarão próximos às estações Vila Madalena, Oscar Freire e Santa Cruz.

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