Publicidade

bairros planejados

Condomínios gigantescos chegam à Lapa com ciclovias e áreas públicas

O bairro da Lapa, na zona oeste da capital paulista, tem chamado a atenção de construtoras em busca de espaço e boa localização para empreendimentos de números superlativos.

O Caminhos da Lapa, realizado em parceria pelas empreiteiras Helbor, Tegra e Toledo Ferrari, tem dois condomínios de seis torres já lançados. A previsão é lançar ao menos mais cinco empreendimentos no terreno, passando dos 3.500 apartamentos disponibilizados.

Para se ter uma ideia do volume destoante, nos últimos quatro anos, de 2014 até agosto de 2018, a Lapa recebeu 3.041 novos apartamentos no total, de acordo com dados do Secovi-SP (sindicato de habitação).

Divulgação
Ilustração da área comum do Caminhos da Lapa, da Helbor, Tegra e Toledo Ferrari

"É praticamente um bairro", resume Marcelo Bonanata, diretor de vendas da Helbor. "Mas é claro que estamos falando de um projeto de longo prazo, de no mínimo cinco anos, mas que pode chegar a dez anos", explica.

Ocupando uma área de quase 150 mil metros quadrados, os empreendimentos fincam base em dois terrenos vizinhos, antes ocupados por galpões e fábricas comuns na região, perto da Vila Anastácia.

"Compramos o terreno há cerca de sete ou oito anos. Era um outro momento do mercado, mas já se vislumbrava um grande potencial de desenvolvimento da região", afirma Bonanata.

Carlos Eduardo Toledo, sócio da Toledo Ferrari, coproprietária do terreno junto com a Helbor, explica que a junção do espaço com a área vizinha, de propriedade da Tegra, foi um movimento estratégico.

"Não havia vantagem em lançar produtos tão parecidos e competir entre nós mesmos para atender um público da mesma faixa de renda", conta.

As empresas decidiram, após várias convergências, formar uma sociedade. A Tegra entra em metade do terreno da Helbor e vice-versa.

Ponto de ligação entre as duas metades, a rua Fortunato Ferraz deve passar por uma grande reformulação viária, bancada pelas construtoras.

A ideia é fazer uma rua-jardim, com um parque linear, espaço para ciclovias, paisagismo e equipamentos de ginástica, conta Toledo. A estrutura será aberta à população.

Para o urbanista Mário Reali, professor da Escola da Cidade e ex-prefeito de Diadema, a oferta de equipamentos públicos para o uso da cidade é característica dos bairros planejados.

"É muito positivo se você oferece equipamentos que não são apenas para os moradores. É importante que os empreendimentos dialoguem com a cidade," diz Reali.

Divulgação
Uma das torres do Quintas da Lapa, no bairro de mesmo nome, na zona oeste de São Paulo

Até agora, foram lançados dentro do Caminhos da Lapa os condomínios Home Club e o Jerivás, cada um com 400 unidades. Os apartamentos variam de 62 a 79 metros quadrados, e o preço de venda começa em R$ 558 mil. A previsão de entrega é 2019.

Outra iniciativa de grande porte no bairro é a Reserva da Lapa, da Even, uma série de quatro condomínios-clube localizados na avenida Raimundo Pereira de Magalhães.

Previsto para ser entregue em 2019, um deles, o Quintas da Lapa, terá 1.150 apartamentos distribuídos por 11 torres. Os imóveis têm de 55 a 134 metros quadrados.

Marcelo Dzik, diretor comercial da Even, diz que o Quintas se encaixa no movimento de verticalização do bairro, com prédios de médio e alto padrão ocupando áreas de fábricas antigas.

"Quem conheceu esse pedaço da Lapa há cinco anos já percebe a transformação", afirma Dzik.

O diretor da Even explica que os quatro condomínios ficam em terrenos independentes, mas foram pensados em conjunto e possuem a mesma linguagem arquitetônica.

"A estratégia ali foi desenvolver um empreendimento pensando na integração com o bairro", explica.

Viver em verdadeiros bairros dentro de bairros, contudo, pode oferecer desafios, especialmente se o desenvolvimento do entorno não acompanhar o ritmo do crescimento do número (e do tamanho) dos empreendimentos.

"Não adianta morar em um empreendimento gigante e ter que atravessar a cidade para comprar um pão", resume o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.

"A partir de um certo tamanho de empreendimento, você passa a ter que pensar em facilidades e infraestruturas que nem sempre existem nos bairros. Se a cidade tivesse nascido dessa forma, ou se ela se expandir dessa forma, em dez anos teremos um lugar melhor."

Publicidade
Publicidade
Publicidade