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compactos e compartilhados

Número de lançamento de imóveis no centro de São Paulo dobra em cinco anos

O número de novos imóveis no centro de São Paulo dobrou nos últimos cinco anos. No ano passado, a região recebeu 5.048 apartamentos -em 2012, foram 2.473.

Os dados fazem parte de um levantamento da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento sobre o perfil dos novos empreendimentos na subprefeitura da Sé, que abarca os bairros Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé.

A participação do centro no total de lançamentos da cidade também quase dobrou. A área foi responsável por 17,8% dos novos imóveis da cidade em 2017, ante 9,1% em 2012.

De acordo com a subprefeitura da Sé, a região vivencia o resgate de uma moradia comum nos anos 1950: a quitinete, hoje rebatizada pelo mercado como loft ou estúdio.

Segundo o levantamento, o tamanho médio dos apartamentos caiu de 62,8 metros quadrados em 2012 para 41,6 metros quadrados em 2017 -redução de 33%. As garagens também já não são essenciais e 15% dos lançamentos da última década não contam com o espaço para carros.

Em compensação, a região ficou mais requisitada e é uma das mais caras da cidade. Em 2009, o preço médio do metro quadrado era de R$ 4.392, saltou para R$ 9.413 em 2011, ultrapassou os R$ 10 mil em 2013 e agora, por conta da crise no setor imobiliário, está na casa dos R$ 8.000, segundo levantamento da prefeitura.

Para as construtoras, o centro significa oportunidade de bons negócios. João Mendes, diretor de incorporação da Tegra, avalia que a região passa por um momento de revitalização, com a expansão da infraestrutura de serviços, transporte e comércio.

"Isso nos permite criar novos empreendimentos que atendam às necessidades do perfil de moradores dos bairros", diz Mendes.

A incorporadora, que faz parte do grupo Brookfield, lançou dois empreendimentos nos últimos dois anos.

Em 2016, apostou na tendência de imóveis compactos e anunciou o Viva Cittá, que será entregue no primeiro trimestre do ano que vem. O condomínio próximo ao Mercado Municipal e à Catedral da Sé tem opções de 1, 2 ou 3 dormitórios, com plantas desde 34 até 59 metros quadrados. São 198 unidades, que custam a partir de R$ 250 mil.

Mas a companhia também apostou nos apartamentos maiores e mais caros, com um empreendimento na Consolação. Com preços a partir de R$ 770 mil pelas menores unidades, o Olhar Augusta será entregue no segundo semestre de 2020. São 250 apartamentos entre e 67 e 76 metros quadrados, de 2 e 3 dormitórios.

Entre os atrativos, há um sky bar na área comum, no topo do empreendimento, com vista ampla para a cidade de São Paulo.

O sucesso dos novos prédios na região central parece ser certeiro. Há três meses, a Cyrela lançou o Living For, na Consolação, e já vendeu todas as unidades.

São 273 unidades de estúdios, com 28 metros quadrados, que custam a partir de R$ 240 mil. O local tem bicicletários, lavanderia, espaço gourmet e rooftop. O apelo, segundo a construtora, está na proximidade com o metrô -a estação Higienópolis fica a 650 metros- e universidades como Mackenzie e Faap.

A construtora Setin também aposta nos imóveis no centro da capital para alavancar a receita. Fez cinco lançamentos nos últimos anos.

Há apartamentos de 18 a 55 metros quadrados, com distâncias que variam de 60 a 800 metros de estações do metrô, como República, Sé e São Luiz. A You Inc é mais uma de olho no potencial da região e tem seis empreendimentos. O Now Central Park fica na Consolação foi lançado em dezembro de 2017, com apartamentos de 23 a 57 metros quadrados. O empreendimento já teve todas as 387 unidades comercializadas.

"Esses empreendimentos despertam o interesse de investidores que apostam na rápida locação pela infraestrutura de serviços, transportes, universidades e entretenimento que há na região", diz Rafael Mentor, diretor-comercial da incorporadora You.

Para Milton de Melo Santos, presidente da Associação Viva o Centro, o aumento do volume de lançamentos é positivo para os moradores da região. Segundo um estudo feito pela associação em 2016, cerca de 700 mil pessoas passam diariamente pelos bairros das subprefeituras da Sé e da República.

"Esses prédios ajudam a desenvolver o comércio, restaurantes, bares e regiões que ficavam isoladas durante a noite e isso diminui a sensação de insegurança", diz.
No entanto, questões como coleta de lixo, iluminação, preservação das calçadas, ações específicas para moradores de rua e segurança ainda são demandas da região. "Furtos e roubos são problemas constantes e isso se resolve com iluminação adequada e a presença da guarda metropolitana", afirma Santos.

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