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zona sul

Ícone do modernismo, casa de Lasar Segall conta a história da Vila Mariana

A casa em que o pintor Lasar Segall (1889-1957) morou e trabalhou por três décadas marca a história da Vila Mariana e do modernismo de São Paulo.

Ali se reuniam os integrantes da Sociedade Pró Arte Moderna (SPAM) nos anos 1930 e conviviam artistas e intelectuais que atuaram nos movimentos de resistência à difusão das ideias do nazismo durante a Segunda Guerra.

No local, funciona o museu que mantém até hoje o princípio que norteou sua criação: a de ser um centro vivo de produção cultural brasileira, para além do abrigo da extensa e bem cuidada coleção das obras de Segall.

Sessões de cinema, oficinas, cursos de escrita criativa e um acervo bem catalogado e pesquisável de peças e documentos chamam públicos diversos que frequentam o espaço.

Um pequeno grande museu ou um grande pequeno museu? Não importa. O objetivo é reunir o melhor de dois mundos: ser rico em atividades e descomplicado de acessar.

"A gleba onde se estabeleceu a casa ia da avenida Domingos de Morais até o Museu do Ipiranga e nela foram erguidos também a casa modernista e as casas de aluguel da rua Berta", conta Giancarlo Hannud, diretor do museu. "São partes da história de São Paulo", diz.

Aberto em 1967, dez anos após a morte de Segall, o museu tinha como principal foco a conservação e exibição de sua extensa obra.

Mas o pintor queria ali uma escola de artes, ligada ao seu ateliê. Coube ao filho mais velho de Segall e Jenny (1899-1967), o dramaturgo, museólogo, economista e poeta Maurício Segall (1926-2017) colocar o plano em prática, com uma escola que funcionou de 1967 a 1997.

Em 1976, começaram a funcionar os ateliês abertos, dirigidos a público amplo, sem experiência prévia.

O formato seguiu até 1989 com oficinas de pintura, desenho, gravura, escultura e cursos de iniciação e workshops sobre arte e cultura. Agora, o foco são oficinas de xilogravura, litografia e gravura em metal. A taxa de inscrição para os cursos do segundo semestre ainda não foi definida.

Também é um espaço dedicado ao desenvolvimento de projetos individuais.

Ciclos de diretores de cinema como Akira Kurosawa, Sergei Eisenstein e F.W. Murnau, sempre às 15h aos sábados e domingos, têm preços populares (R$ 4) e buscam atrair e formar novos cinéfilos.

"Hoje, o trabalho do museu, o único que está no âmbito federal em São Paulo, se apoia em três pilares", diz o diretor do espaço, Giancarlo Hannud.

O primeiro é conservar e exibir os 2.400 desenhos, 500 gravuras, 40 óleos, 8.000 documentos e 5.000 fotografias que compõem o acervo do pintor. "Dar acesso a esse conjunto de obras dá a ideia do espírito público da família, que sempre quis deixar aberto esse material", conta.

O segundo pilar é aprofundar a conexão com os moradores. Para isso, está em curso uma pesquisa sobre o público do espaço.

O último ponto é a valorização do espaço arquitetônico, parte importante do modernismo em São Paulo. O prédio foi projetado em 1932 pelo concunhado de Segall, o arquiteto Gregori Warchavchik (1896-1972), um dos precursores da arquitetura moderna no Brasil. Alguns itens de mobiliário foram criados por Segall.

O museu é apoiado pela Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall, que recebe doações de instituições e pessoas físicas.

MUSEU LASAR SEGALL
Rua Berta, 111, Vila Mariana, de quarta a segunda, das 11h às 19h, entrada gratuita

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