Publicidade

casacor 2019

Casacor privilegia plantas que pedem pouca água e não dão trabalho

As plantas xerófitas são espécies rústicas, teimosas, que resistem ao clima desértico ou semiárido e crescem até em terrenos esturricados. E que ganham destaque na edição deste ano da Casacor.

Estreante na mostra, o paisagista Luciano Zanardo criou um jardim onde oito Dracaenas dracco, árvores conhecidas como dragoeiros, são as estrelas. Originárias dos arquipélagos Cabo Verde, Madeira e Canárias, resistem a pragas, ventos e pouca irrigação.

Para seu projeto, Zanardo escolheu dragoeiros com cerca de 30 anos de idade e 4 metros de altura, mas dá para mantê-los menores, em vasos. "São plantas que não exigem regas constantes, ideais para terraços ou varandas", diz.

Outras espécies prometem efeito decorativo com pouca manutenção. No "Lounge do Jardim", de Jean de Just, a paisagista Marianne Ramos apostou em cactos, agaves, dracenas e suculentas para reforçar a rusticidade do ambiente, inspirado na arquitetura californiana de Palm Springs.

Para o jardim "VarandAr", os arquitetos Luciana Pitombo e Felipe Stracci, da Plantar Ideias, escolheram o Philodendron ricardoi, que cresce com força em ambientes internos e externos. Também faz parte do projeto a Zamia floridana, ou zâmia de deserto, de origem africana. "Ela tem alto poder de adaptação a qualquer ambiente, inclusive ao ar condicionado", afirma Stracci.

As suculentas, plantas cujos talos, folhas e raízes têm o poder de acumular água, completam a decoração do "Jardim dos Chefs", criado pelos paisagistas Catê Poli e João Jadão em homenagem ao casal Janaína e Jefferson Rueda.

O jardim que a paisagista Clariça Lima criou para o restaurante Limone –que na mostra ganhou o nome de "Bistrô Casacor"–, leva pés de Pennisetum setaceum, conhecido popularmente como capim-do-texas ou capim-chorão. Para se ter uma ideia da força dessa espécie de planta, ela adorna o canteiro central da avenida 23 de Maio, em São Paulo.

Do ponto de vista estético, todas essas espécies de alta resistência têm um ponto em comum: "O resultado é um projeto de visual contemporâneo", diz Zanardo.

Para quem busca soluções ainda mais ousadas, a dica é visitar a "Casa Pausa", de Michel Safatle. O espaço de 65 metros quadrados é dividido por uma parede recoberta de musgo e liquens secos, que formam um desenho inspirado em aquarelas do artista Jean Gillon –também presentes na decoração.

No "Loft Árvore da Vida", projeto de 107 metros quadrados do arquiteto Marcelo Salum, folhas secas e galhos também são a matéria-prima de uma escultura criada pelo artista plástico Alexandre Mattos. Instalada no hall de entrada, a peça de 2,6 metros de altura levou um mês para ser finalizada.

Publicidade
Publicidade
Publicidade