Descrição de chapéu Novas formas de viver

Verde acinzentado é uma das cores que vão subir pelas paredes em 2020

Tons serenos traduzem necessidade coletiva de desconexão e volta à natureza identificada em pesquisas

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Danae Stephan
São Paulo

O ano de 2020 será mais cinza e desconectado, dizem os principais fabricantes de tintas de parede. Para eleger a tonalidade da vez, as grandes marcas desenvolvem estudos com a participação de profissionais de marketing, artes e até filosofia. O objetivo é compreender o comportamento das pessoas e traduzi-lo em desejos —e em paletas de cores.

“Todo estudo de tendências busca entender o comportamento humano e o que está acontecendo na sociedade”, diz Patrícia Fecci, gerente de marketing para serviços de cor e design das tintas Sherwin-Williams.

No momento, a palavra-chave é desconexão. Um estudo usado pela Coral feito nos EUA e no Reino Unido mostra uma porcentagem alta de pessoas que fecharam suas contas em redes sociais no último ano.
Há uma necessidade de se aproximar da natureza e de se voltar para o autoconhecimento, o que leva a uma procura por tonalidades mais serenas, dizem os fabricantes.

Isso é visto tanto nas paletas da Coral, que divulgou sua cor de 2020 na última terça (10), quanto nas da Sherwin-Williams, que só vai anunciar a eleita para o próximo ano no fim deste mês, mas adiantou para a Folha as tonalidades complementares.

A cor-chave da Coral ganhou o nome de “praça no inverno”, um verde-acinzentado inspirado no céu da manhã. Vem desdobrada em mais 40 tons divididos em quatro paletas. Os terrosos seguem em alta e dividem espaço com esse novo pastel acinzentado. Um destaque é o rosa, que perde intensidade, mas não sai do foco.

A Sherwin-Williams definiu 45 cores, divididas em cinco grupos, nos quais reinam o azul-profundo e o verde-azeitona, além de tons mais rosados ou amadeirados.  Areias, crus e “caverna”, terracota eleito em 2018 pela marca, continuam. “As cores não morrem de um ano para o outro”, diz Patrícia.

“O cenário é de cores mais calmas e de cores favoritas, que o cliente já usou e das quais já gosta”, diz Blanca Lliahnne, diretora-executiva da Pantone no Brasil, que divulga no meio do ano o Pantone View Home+Interiors, caderno de tendências de decoração.

Para a profissional, tudo o que remeta ao cotidiano, ao familiar, será muito forte em 2020, “porque preferimos coisas com as quais estamos acostumados”. “A ideia é usar aquilo que você já conhece, mas com certo twist, com algo a mais”, afirma. 

Daí a importância das referências para o cliente final, que podem vir de catálogos, revistas ou redes sociais. “O consumidor final trabalha muito com inspiração, escolhe por uma imagem e tenta reproduzir”, diz Patrícia.

Para atender a essa exigência, a indústria de tintas criou ferramentas que permitem a visualização de como vai ficar a parede da casa, como aplicativos de realidade virtual.

A Coral foi mais longe, e lançou há um ano e meio o Teste Fácil, uma bisnaga de 30 ml, disponível em 240 tonalidades, que a pessoa leva para casa para experimentar in loco. “As lojas que oferecem o produto têm vendas 20% maiores do que as que não trabalham com a amostra”, afirma Fernanda Figueiredo, gerente de cores e comunicação de marca da AkzoNobel na América do Sul.

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