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Menos tóxicas e à base de água, tintas querem fazer as pazes com a natureza

Solventes substituídos por água, embalagens menores e tecnologias que otimizam o uso da luz natural do ambiente e ajudam a economizar energia elétrica são alguns dos investimentos feitos pelos fabricantes de tintas de decoração nos últimos anos para diminuir o impacto de seus produtos na natureza.

O principal é o solvente à base de água. Como o elemento mais tóxico da tinta costuma ser esse componente, o produto dissolvido com água oferece menores riscos de contaminação do ambiente e de intoxicação de quem o manuseia, diz a bioquímica Danielle Palma de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia e professora da USP de Ribeirão Preto.

A Sherwin-Williams, por exemplo, criou a linha Eco, à base de água, mas que tem o preço pelo menos 15% maior que o da linha tradicional. A Coral também tem os esmaltes Coralit Zero, para madeiras e metais, que utilizam água na fórmula e emitem até 90% menos poluentes, de acordo com a fabricante.

Segundo a Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), as tintas látex e acrílica comercializadas no país, indicadas para aplicação em paredes, devem ser feitas à base de água.
Oliveira ressalta, porém, que até essas tintas possuem quantidade, ainda que pequena, de substâncias que podem desencadear alergias.

"São sempre produtos químicos. Por isso, durante a aplicação, é recomendado o uso de equipamentos de segurança como óculos e luvas", lembra Michele Schaeffer, coordenadora de produtos da Renner. A Rekolor Pró Ecológica, tinta produzida pela empresa, afirma que tem emissão zero de poluentes e baixa toxicidade.

ILUMINADAS

As inovações, porém, vão além da troca de solventes. A Sherwin-Williams criou a Metalatex Eco Telha Térmica, que leva pigmentos reflexivos. A marca diz que a tinta consegue refletir mais a luz do sol, o que evita o aumento da temperatura da casa.

A Coral também apostou em pigmentos reflexivos, mas para interiores. A linha Decora Luz & Espaço reflete em dobro a luz natural, segundo a empresa, e pode ajudar a economizar energia elétrica. A versão luminosa é cerca de 10% mais cara que a fosca.

João Carlos de Oliveira César, arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, ressalta que essas tintas, apesar de economizarem luz artificial, "podem criar ambientes muito claros e causar desconforto para moradores".

No caso das tintas aplicadas nas telhas, Oliveira César diz que é possível ter resultados semelhantes aumentando o espaço entre o telhado e a laje da casa, facilitando a circulação do ar, o que ajuda a refrescar o ambiente. "É uma boa solução, sem a utilização de químicos."

Nem toda inovação, contudo, diz respeito ao produto em si -ela pode estar relacionada a outros elementos da cadeia produtiva, como as embalagens. É o caso da Maxx Rendimento, da Suvinil. Mais concentrada, a tinta é comercializada em latas menores, que utilizam 22% menos aço que as comuns.

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