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Novo motor reduz vibração clássica das motos Harley-Davidson

Os motores da Harley-Davidson são tão celebrados quanto as motocicletas que os carregam, e por isso são lançados com nomes pomposos. A nona geração dessa máquina que nunca tem a potência divulgada é batizada como 107 Milwaukee Eight.

O número 107 equivale à capacidade em polegadas cúbicas, aproximadamente 1,7 litro. O sobrenome "Eight", oito em inglês, indica a quantidade de válvulas.

A evolução mecânica busca atender às legislações ambientais mais rígidas aplicadas mundo afora, o que se reflete na redução dos gastos com gasolina.

De acordo com Scott Miller, vice-presidente de design e estratégia da Harley, os clientes exigem que os preceitos históricos da marca sejam mantidos. Assim sendo, os dois cilindros montados em "V" estão lá, como sempre.

Por manter a tradição, o motor mereceu levar o nome de sua terra natal, Milwaukee. Foi nessa cidade americana que William Harley e os irmãos Davidson (Arthur, Walter e William) criaram, em 1903, a fábrica de motos mais famosa do planeta.

Segundo Alex Bozmoski, chefe de engenharia da Harley, o novo motor teve as vibrações reduzidas em 75%.

Os fãs mais radicais da marca podem não gostar desse caráter mais dócil, mas a empresa diz que essa era a vontade do grande público.

"As mudanças foram adotadas após uma pesquisa de opinião realizada pela companhia com clientes de todo o mundo", afirma Flávio Villaça, gerente de marketing da Harley-Davidson do Brasil.

O 107 Milwaukee equipa a linha Touring, que engloba os modelos mais caros da fabricante americana. Os preços que partem de R$ 76,4 mil (Road King Classic) e chegam a R$ 158,8 mil (CVO Limited).

A opção escolhida para o teste do novo motor é a estradeira Ultra Limited. O valor estampado na nota fiscal assusta tanto quanto seu porte avantajado: R$ 95,9 mil.

QUASE MEIA TONELADA

Sentado no largo e confortável banco, o condutor prevê que será um desafio segurar os 413 quilos da moto, sem contar o garupa. A tarefa é atenuada pelo som dos quatro alto-falantes, que são comandados por um rádio com entrada USB e conectividade Bluetooth. Há também uma tela que exibe informações de navegação por GPS.

A bagagem pode ser acomodada tanto no baú traseiro -suficiente para duas mochilas e algo mais- como nas bolsas laterais.

Após engatar a primeira marcha (nada suave, como em toda Harley), o piloto não precisa entortar o cabo do acelerador para perceber que o novo motor dará conta da grande e pesada motocicleta.

Afora a atenção extra exigida em baixa velocidade –situação crítica para modelos tão pesados–, flui-se tranquilamente pela estrada, o único habitat possível para esse tipo de motocicleta.

O câmbio poderia ficar travado na sexta e última marcha sem que as ultrapassagens fossem penalizadas: há força de sobra. Nesse momento, o condutor se esqueceu das dimensões da Harley-Davidson Ultra Limited.

Quanto às vibrações reduzidas alardeadas pelo engenheiro: a moto "treme" o bastante para que a essência da Harley-Davidson não se perca, mas não tanto a ponto de interferir no sistema de som.

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