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Concorrência acirrada leva mais itens de conforto para carros populares

Até o início dos anos 1990, ar-condicionado e direção hidráulica estavam na lista dos sonhos de consumo distantes para os compradores de carros compactos.

Divulgação
Câmera de ré do Renault Kwid
Câmera de ré do Renault Kwid

Hoje, dos 30 carros mais vendidos no varejo (não inclui vendas a frotas), apenas Fiat Mobi e Volkswagen Up! não trazem esses itens como equipamentos de série. A mudança de gostos e prioridades do público fez as fabricantes de carros investirem mais em acabamentos e comodidades.

"Recebemos estudos com informações de consumidores em potencial e começamos a fazer uma pesquisa sobre os seus gostos, quais produtos utilizam de tecnologia e vestuário", diz o designer Jonas Silva, responsável pela escolha dos materiais da cabine do Volkswagen Polo.

O desafio de hoje é trazer para automóveis populares a percepção de requinte e funcionalidade presente em bens mais acessíveis, como smartphones. É por isso que o compacto Renault Kwid (a partir de R$ 30 mil) pode ser equipado com câmera de ré e sistema de som com GPS, itens que eram restritos a carros bem mais caros.

LUZES E COURO

O trabalho da área de design é testado em clínicas com possíveis clientes. Segundo as empresas ouvidas, luzes diurnas de LED, volante com forração de couro e plásticos de toque macio, itens que remetem a veículos de luxo, estão entre os pontos mais valorizados hoje.

"A parte dianteira do carro é seu cartão de visitas, depois o comprador entra e coloca as mãos no volante, começa a olhar ao redor e a mexer nos equipamentos, é um padrão de análise quase idêntico para todos os que vão ver um carro", explica Fabio Alves, gerente de marketing de produto da Citroën do Brasil.

Essas percepções ganham relevância em um mercado que por anos se resumiu a quatro marcas (Chevrolet, Fiat, Ford e Volks) e hoje tem mais de 30. Entre essas estão as marcas premium, que criam novos referenciais.

"Precisamos pensar sempre à frente no segmento em que atuamos e oferecer exclusividade", disse Rafael Pereira, especialista de produto da Jaguar Land Rover, enquanto mostrava o que há de novo no Range Rover Velar, utilitário de alto luxo que chega ao mercado em outubro.

O modelo de origem inglesa -que vai custar a partir de R$ 291 mil- é o primeiro a trazer pequenas telas sensíveis ao toque no volante. É o típico recurso que um dia chegará aos carros populares, da mesma forma como ocorreu com o ar-condicionado, os sistemas de som e os sensores de estacionamento.

O ciclo sempre se renova: o que antes era supérfluo torna-se algo indispensável, exigindo que a próxima geração do carro traga novos itens para atrair compradores. Em paralelo, o mercado de acessórios acompanha as tendências e oferece os itens mais desejados por preços módicos.

TUDO TEM SEU PREÇO

Veja quanto custam itens que melhoram a vida a bordo

R$ 150
é quanto custa, em média, um kit que inclui câmera de ré e aparelho GPS, que funciona também como tela*

R$ 250
valor do kit de vidros elétricos dianteiros à venda em lojas de acessórios para o Fiat Mobi*

R$ 1.200
valor médio de um conjunto de forrações de couro para um carro compacto

R$ 2.400
é a diferença de preços entre o Volkswagen Take Up! com câmbio manual (R$ 48,8 mil) e sua versão automatizada (R$ 52,2 mil)

*Não inclui instalação

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