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Dirigir por regiões com histórico de alagamentos encarece seguro do carro

Furto e roubo sempre vêm à mente dos motoristas ao contratar um seguro para o carro, mas nem todos lembram de conferir se a apólice cobre danos causados por fenômenos naturais, como os temporais que alagam ruas.

A gerente de negócios Luanny Faustino, 35, diz que só descobriu que seu Renault Logan tinha esse tipo de proteção após ficar presa em uma trecho inundado.

"Saí para comprar uma pizza perto de casa e, de repente, começou a chover demais. A rua estava alagada, mas dois carros que estavam à minha frente conseguiram passar. Como tinha uma criança pequena comigo, resolvi tentar", afirma Luanny.

Ela conta que um ônibus que passava ao lado jogou muita água sobre o Logan, que parou de funcionar.

O motor do sedã fundiu após o incidente. "Fui informada de que apólice cobria esse tipo de sinistro, mas precisei arcar com a franquia de R$ 3.500", diz Luanny.

Caso fizesse o serviço por conta própria em uma oficina independente, a gerente de negócios gastaria por volta de R$ 5.000.

Rafael Roncato/Folhapress
OSASCO, SP, 01.03.2018, 11h: Retrato de Luanny Faustino, 35 anos, gerente de negócios. Ela é dona de um Renault Logan, cujo motor fundiu ao passar por uma rua alagada. A seguradora arcou com o conserto, após o pagamento de franquia. (Foto: Rafael Roncato/Folhapress, SUP. VEÍCULOS) ***EXCLUSIVO FOLHA***
A gerente de negócios Luanny Faustino com seu Renault

O DOBRO DO PREÇO

Quem circula ou estaciona em regiões com histórico de alagamentos paga mais pela apólice do automóvel, segundo Paulo Marchetti, diretor-executivo do site de cotação de seguros Compara Online. A empresa fez uma pesquisa de custos em diferentes bairros de São Paulo.

De acordo com levantamento, a cobertura compreensiva para um Volkswagen Gol chega a ficar 128% mais cara em uma rua do Ipiranga com histórico frequente de inundações do que em um CEP da Vila Mariana onde não ocorra esse problema.

O cálculo considera o mesmo perfil de motorista.

As seguradoras analisam a ocorrência antes de liberar a indenização em caso de alagamento, e esse procedimento é demorado. No exemplo de Luanny, foram dois meses até o Logan ser consertado.

"Se comprovarem que houve agravamento de risco desnecessário, como atravessar a enchente por conta própria, a seguradora pode se recusar a cobrir as despesas das avarias", afirma Marchetti.

Segundo Alessandro Rubio, coordenador técnico do Cesvi/Mapfre (Centro de Experimentação e Segurança Viária), nenhum carro foi desenvolvido para transpor ruas alagadas. "Se a água ultrapassar a metade da roda, há risco de entrar no motor e causar quebra."

A parte elétrica também pode ser afetada, o que vai acontecer se o carro estiver em um trecho intransitável, diz o consultor técnico Lothar Werninghaus.

"As unidades eletrônicas ficam em um ponto mais alto do carro para evitar que sejam afetadas pela água. Uma possível queima de módulo ocorrerá somente se o veículo ficar submerso e estiver ligado", diz o consultor

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