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Fusca já morreu e ressuscitou três vezes no Brasil

A Volkswagen anunciou que vai parar de produzir o Fusca atual no México. Contudo, o adeus é sempre um até breve para o modelo.

O carro já deixou de ser vendido ou produzido no Brasil em outras oportunidades, mas acabou voltando depois.

Krause & Johansen/Divulgação
SAO PAULO, SP, BRASIL, 28.01.18 1h O que vai bombar no Carnaval 2018 nas ruas. Denny Azevedo, 34, e Ricardo Don, 31, artistas, no Academicos do Baixo Augusta. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, COTIDIANO)
Volkswagen anuncia a volta do Fusca, em 1993

A primeira vez foi em 1986, quando a Volkswagen decidiu dar mais atenção ao compacto Gol. Naquela época, o Fusca já acumulava 36 anos de comercialização no país. As primeiras unidades foram trazidas em 1950, ano em que o "besouro" chegou ao porto de Santos em um pequeno lote importado pela companhia Brasmotor.

A Volkswagen preparou uma edição especial de despedida chamada Última Série. Foram produzidas 850 unidades pintadas em tons metálicos. No anúncio final, a montadora dizia: "Às vezes o avanço tecnológico de uma empresa não está no que ela faz. Mas no que deixa de fazer".

Contudo, o carro voltou. Em 1993, em meio a pedidos de redução de impostos feitos pela indústria automotiva, o presidente Itamar Franco (1930-2011), que assumiu após o impeachment de Fernando Collor, teve um desejo pessoal atendido.

Itamar era fã do Fusca e sugeriu que voltasse a ser fabricado. Em uma manobra fiscal, o carro foi incluído entre os modelos populares –embora não tivesse motor 1.0– e retornou à linha de montagem em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

A Volkswagen ainda produzia a Kombi, além de fabricar partes do Fusca para reposição e exportação. O ferramental estava lá, então era possível trazer de volta ao mercado um carro considerado ultrapassado sete anos antes.

O sucesso do passado não foi revivido: em 1996, o Fusca morreu pela segunda vez no Brasil. A Série Ouro marcou o fim da produção e das vendas.

A Volks, porém, já tinha novos planos para o carro. Em 1994, o Concept 1 foi apresentado no Salão do Automóvel de Detroit. Era um protótipo que se inspirava nas linhas do modelo original, mas construído sobre a plataforma do Golf. O carro chegou ao mercado quatro anos depois, batizado de New Beetle.

No Brasil, a estreia ocorreu em novembro de 1999. O novo Fusca era feito na cidade de Puebla (México), tinha motor 2.0 dianteiro e custava R$ 53,8 mil. Na mesma época, um Gol 1.0 Special era vendido por R$ 13,5 mil.

O New Beetle foi vendido no país até 2010 e saiu de linha sem alarde. Embora simpático, o carro não tinha o preço nem o carisma do original.

No final de 2012, o modelo renascia pela terceira vez no Brasil com preço a partir de R$ 76,6 mil. O nome Fusca estava de volta: a Volkswagen resolveu batizar o carro com os apelidos que recebeu mundo afora. Era Beetle nos EUA, Kafer na Alemanha, Coccinelle na França e Carocha em Portugal.

A plataforma era novamente a mesma usada no Golf da época. O motor 2.0 turbo (211 cv) fazia o carro chegar a 100 km/h em 7,1 segundos. Um fusquinha 1.200 original dos anos 1960 demorava cerca de 40 segundos para atingir a mesma velocidade.

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SAO PAULO, SP, BRASIL, 28.01.18 1h O que vai bombar no Carnaval 2018 nas ruas. Denny Azevedo, 34, e Ricardo Don, 31, artistas, no Academicos do Baixo Augusta. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, COTIDIANO)
Volkswagen Beetle Final Edition, a última série do Fusca que está sendo lançada nos Estados Unidos

O modelo turbinado que foi vendido no Brasil até 2017 é o mesmo que agora deixa de ser definitivamente produzido no México. A série Final Edition lançada nos EUA pode ser pintada nas cores bege ou azul. Custa a partir de US$ 23 mil (R$ 95,9 mil) e mantém o motor 2.0 turbo.

As vendas devem se estender até o primeiro semestre de 2019, sem previsão de chegada oficial ao mercado brasileiro. Mas não será surpresa se o Fusca "reencarnar" novamente em alguns anos e retornar às lojas do país para mais uma temporada na terra.

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