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A história do Fiesta, carro que sai de linha depois de salvar a Ford no Brasil

Após mais de 2 milhões de unidades vendidas, o Ford Fiesta está prestes a sair de linha no Brasil. A produção será encerrada neste ano, junto com o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

É o fim da história que estava perto de completar 25 anos.

Em outubro de 1994, um Fiesta prata com calotas de plástico foi exibido no Salão do Automóvel de São Paulo. O carrinho feito na Espanha não era o principal destaque do estande –posto ocupado pelo conceito Mustang Mach 3–, mas representava um recomeço para a Ford.

A marca precisava de novos produtos no Brasil. Na época, o casamento com a alemã Volkswagen, que resultou na Autolatina, estava chegando ao fim. A solução imediata era importar: as tarifas eram favoráveis e o recém-lançado Plano Real fortaleceu a moeda.

O Fiesta chegou às lojas em fevereiro de 1995, mas sua próxima geração estava prestes a ser lançada na Europa.

A Ford já havia definido que o novo modelo seria feito no Brasil, decisão que logo se mostrou acertada. Em março de 1995, o governo elevou a alíquota do imposto de importação de 32% para 70%.

O melhor ano do Fiesta no Brasil foi 2013, com 166 mil unidades vendidas na soma das opções hatch e sedã. Em 2018, apenas 16 mil emplacamentos foram registrados.

Uma das versões mais raras desse compacto é a 1.0 Supercharger, que foi lançada em 2002. O motor recebia um compresso e sua potência subia de 65 cv para 95 cv.

Era a forma de oferecer desempenho pagando menos tarifa: na época do lançamento, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros "mil" correspondia a 10% de seu valor. Para veículos com motores maiores (até 2.0), a alíquota era de 25%.

O supervisor de planejamento Charles Rafael Barros dos Anjos, 44, é dono de um Fiesta Supercharger desde 2007. Ele comprou o carro usado. "Já está com 162 mil quilômetros rodados e me atende muito bem, sem nenhum problema grave."

A Ford ainda não confirmou a data de encerramento da produção do Fiesta em São Bernardo. O carro será montado enquanto houver peças.

Seu fim acontece em um ano simbólico para a marca.

Em janeiro, Ford e Volkswagen confirmaram uma nova parceria global, bem maior do que a extinta Autolatina. Em abril, a montadora americana completará cem anos de presença oficial no Brasil.

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Apelidos
O primeiro Fiesta era chamado de "triste" ou "chorão" por causa dos faróis caídos. Após a remodelação de 1999, o apelido muda para "gatinho"

Bom de venda
No mercado de usados, o Ford Fiesta é reconhecido pela liquidez. O compacto leva, em média, 11 dias para ser revendido

Fiesta a fantasia
Em janeiro de 2006, o Ford Fiesta baiano ganha a série especial Camaleão, em homenagem ao bloco comandado pela banda Chiclete com Banana

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