O novo Ford Edge ST é o embaixador involuntário dos cem anos da Ford no Brasil, completados no dia 24. O carro foi apresentado na semana do aniversário, mas a data não foi mencionada durante o evento para a imprensa.
A montadora optou pela discrição enquanto negocia a venda da fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo): seus executivos avaliam que não é um momento adequado para festa. O canadense Edge, no entanto, não tem nada de discreto.
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| Nova geração do utilitário esportivo Ford Edge ST |
O utilitário de duas toneladas chega ao país em versão única. A sigla ST gravada na grade frontal é a abreviatura de Sport Technologies e indica que, apesar do tamanho, há um carro rápido debaixo da pintura azul-topázio.
Ao apresentar o novo SUV, Adriana Carradori, gerente de produto da Ford, exibiu fotos de jipões bem mais luxuosos e caros que o Edge. Ela explica que o lançamento tem o menor "custo por cavalo" em seu segmento, o que significa que oferece mais potência por menos preço.
De fato, o novo modelo —que custa R$ 299 mil e tem 335 cv de potência— é veloz.
O Edge ST 2.7 turbinado levou sete segundos para chegar aos 100 km/h no teste Folha-Mauá, número vultoso para um veículo de seu porte. O lançamento foi 2,5 segundos mais rápido que a versão anterior, que tinha motor 3.5 V6 (284 cv), sem turbo.
A diferença para um BMW X5 ou um Mercedes GLE -modelos citados na comparação feita pela gerente de produto- surge na hora das curvas. O Edge aderna mais, bem ao estilo americano. Foi feito para andar para a frente.
Mas em uma prova de arrancada imaginária, Escort XR3, Maverick V8 ou qualquer outro modelo de apelo esportivo já feito pela Ford no Brasil ficariam bem para trás quando o novo SUV norte-americano começasse a acelerar.
Os tempos e as referências mudaram, e a Ford faz parte desse movimento rumo a um mundo dominado por jipes que não curtem lama.
A praia do Edge é a estrada. Sensores leem as faixas pintadas no asfalto e corrigem a trajetória caso um motorista distraído deixe o carro invadir a pista ao lado. É um luxo bem-vindo em um trânsito com pessoas que se esquecem do volante enquanto mexem em seus smartphones.
Na cabine, bancos com forração escura que mistura tecido e couro lembram a época em que a Ford era referência em acabamento no mercado nacional. Sistemas antirruído e som da grife Bang & Olufsen tornam a cabine um lugar agradável.
A lista de itens de série traz sistema de frenagem automática, sensores que calculam o tamanho da vaga e comandam o volante nas manobras de estacionamento, oito airbags e toda a conectividade possível.
É possível também abrir o porta-malas apenas movimentando o pé sob o para-choque traseiro, desde que se esteja com a chave do carro no bolso ou na bolsa.
Muitos desses itens estarão presentes em outros utilitários importados que a Ford lançar no Brasil. O próximo da lista é o Territory, modelo de origem chinesa que deve estrear no fim do ano. Em seguida virá o Escape, provável atração da marca no Salão do Automóvel de São Paulo em 2020.
Ford Edge ST
Preço
R$ 299 mil
Motor
Dianteiro, transversal, gasolina, turbo, V6, 2.688 cm³
Potência
335 cv a 5.550 rpm
Torque
54,5 kgfm a 3.250 rpm
Transmissão
Tração integral, câmbio automático de oito marchas
Pneus
265/40 R21
Peso
2.116 quilos
Porta-malas
600 litros
Aceleração
(0 a 100 km/h, em segundos) 7,0
Retomada
(80 km/h a 120 km/h, em segundos) 4,2
Consumo urbano
(em km/l) 7,7
Consumo rodoviário
(em km/l) 12,0