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28/11/2011 - 03h30

Viseira com aspecto futurista oferece imagens em 3D só para você

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ANNE EISENBERG
DO "NEW YORK TIMES"

As pessoas que querem desfrutar dos efeitos visuais dos filmes 3D em casa, longe das salas de cinema, normalmente o fazem com um televisor 3D.

Mas para aquelas que desejam ter uma experiência ainda mais pessoal, a Sony vai em breve lançar um display de alta definição e tridimensional instalado na viseira de um headset.

Chamado Personal 3D Viewer, esse dispositivo cinza perolado tem duas pequenas telas posicionadas a uma ou duas polegadas de distância dos olhos. Encaixe-o na cabeça como se fosse um boné de beisebol, conecte o dispositivo a um aparelho de TV a cabo, um console de videogame ou um leitor Blu-ray, e então veja como um vídeo 3D em alta definição é capaz de se equiparar visualmente a uma tela de cinema. As imagens nas telas gêmeas são formadas por pixels com tamanho mícron, imperceptíveis até mesmo a um nariz de distância.

Kim Kyung-Hoon/Reuters
Visitantes da feira Ceatec Japan 2011 experimentam o headset Personal 3D Viewer HMZ-T1, da Sony
Visitantes da feira Ceatec Japan 2011 experimentam o headset Personal 3D Viewer HMZ-T1, da Sony

Os headsets estão à venda nos EUA por US$ 799. Como em outros dispositivos estereoscópicos, cada olho visualiza uma imagem diferente --e o cérebro as combina, criando uma ilusão de profundidade.

O headset pesa cerca de 420 gramas. Há em seu interior espaço suficiente para os óculos (que eu uso), e ele pode ser ajustado a fim de que nem todo o peso recaia sobre o nariz. No entanto, achei que usar o dispositivo era um pouco incômodo --até o momento em que comecei a assistir a um vídeo demonstrativo. Aí, fiquei muito ocupado para notar qualquer coisa, enquanto me esquivava automaticamente de carros e projéteis vindos da tela, em minha direção.

A qualidade da imagem é excelente nas telas, que medem 0,7 polegada diagonalmente, afirmou Chris Chinnock, presidente da agência de marketing Insight Media, que testou o novo dispositivo em uma feira de negócios. "Mas ainda se trata de algo volumoso para se usar", acrescentou ele.

As telas são feitas de diodos emissores de luz orgânicos que brilham quando uma corrente passa por eles, criando cores brilhantes e pretos profundos.

O headset da Sony foi desenvolvido tendo em mente o fã de home theater --ele não pode ser conectado a um iPad ou a um iPhone, embora vá funcionar com um tablet com Android, disse Rob Manfredo, porta-voz da Sony.

Se você quer um dispositivo 3D mais portátil, conecte o Vuzix Wrap 1200 (US$ 499) ao seu iPhone, iPad, Android ou a um console portátil de videogame --ou até mesmo ao seu PC-- e assista a vídeos tanto em 2D quanto em 3D, porém sem alta definição. (Esse dispositivo foi desenvolvido para se parecer com óculos escuros.)

Até o momento, não há uma vasta gama de conteúdo 3D para ser visto em aparelhos portáteis --situação capaz de dissuadir muitos consumidores, disse Carolina Milanesi, uma analista da agência de pesquisas Gartner, em Londres. "As pessoas não vão correr para comprar um aparelho se não há muito o que ver nele", disse ela.

O número de filmes e jogos em 3D de qualidade é ainda relativamente pequeno. Os proprietários poderão conectar o headset da Sony a um videogame, a um tocador de Blu-ray 3D ou a um aparelho de TV a cabo e assistir ao futebol americano universitário em 3D na ESPN 3D, afirmou Manfredo. Há aproximadamente 85 filmes em Blu-ray 3D, disse ele, incluindo "O Rei Leão", "Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas" e "Avatar".

O dispositivo é ligado a uma unidade de processamento que, por sua vez, é conectada a um aparelho decodificador ou a qualquer outra fonte de conteúdo 3D por meio de um cabo HDMI, que transporta dados de forma suficientemente rápida em termos de sinal 3D. Os usuários também podem assistir a imagens 2D no headset.

Yoshikazu Tsuno/France Presse
Modelos mostram o headset 3D da Sony, que tem duas telas de 0,7 polegadas com 1.280x720 pixels
Modelos mostram o headset 3D da Sony, que tem duas telas de 0,7 polegadas com 1.280x720 pixels

Charles Speidel, vice-presidente do departamento de áudio e vídeo domésticos da Sony Electronics em San Diego, afirma que o dispositivo não foi feito para usuários que têm 15 anos ou menos, em parte porque suas dimensões são mais apropriadas para o tamanho da cabeça de adultos.

Além disso, o dispositivo pode não ser bom para os olhos de jovens, disse ele. "Nessa idade, os olhos das crianças ainda estão em desenvolvimento", afirmou. "É uma nova tecnologia, e a garotada passa muito tempo jogando games." Quando os usuários ligam o aparelho, disse Manfredo, aparecem orientações para resguardar olhos jovens.

David G. Hunter, oftalmologista-chefe do Children's Hospital Boston e professor da Escola Médica de Harvard, disse que a maior parte do desenvolvimento visual acontece antes dos sete ou oito anos de idade.

"Esse é o momento em que algo errado poderia acontecer se você usasse [esses headsets] durante todo o seu tempo acordado", disse Hunter.

Ele ofereceu o seguinte conselho prático a pessoas de todas as idades que se preocupam com a fadiga ocular" "O senso comum diz que, se o headset incomoda os seus olhos, você deve tirá-lo".

Um perigo diferente preocupa Sherry Turkle, professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e autora de "Alone Together: Why We Expect More From Technology and Less From Each Other" (separados juntos: por que esperamos mais da tecnologia e menos uns dos outros).

Aparelhos como headsets 3D são sedutores, mas o perigo é que isolam as pessoas de seu ambiente e umas das outras, disse ela.

"As pessoas costumavam andar com olhos na areia e na água", disse ela, usando o exemplo de pessoas que caminham à beira-mar. "Agora todo o mundo anda com um dispositivo. Ninguém está mais olhando para a areia."

Ela recebe com ressalvas a tecnologia que tem criado dispositivos pessoais imersivos como tocadores de música, smartphones e headsets de vídeo.

"A tecnologia que parecia tão boa há 15 ou 20 anos", disse ela, "agora parece que nos ajuda a desprezar as complexidades e aprendizagens e altos e baixos que a vida real tem para nos oferecer".

Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS

 

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