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Críticos da economia mundial, ativistas não veem problema com grandes empresas
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ALEXANDRE ARAGÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Representantes dos movimentos Occupy Wall Street e Acampada del Sol, na Espanha, e a blogueira síria Leila Nachawati falaram a jornalistas durante entrevista coletiva na Campus Party. Um debate entre os ativistas é a principal atração do dia, às 16h, no palco principal do evento.
Declaradamente contra as atuais formas de governo e a estrutura econômica do mundo, os ativistas não veem problema em participar da Campus Party, que tem entre seus patrocinadores diversas empresas de grande porte. A Folha patrocina a Campus Party.
Joel Silva/Folhapress | ||
Da esquerda para a direita, os ativistas Charles Lenchner, do Occupy Wall Street, Leila Nachawati, blogueira sírio-espanhola, e Olmo Gálvez, da Acampada del Sol |
"Usamos o Facebook para disseminar nossas ideias, e ela é uma das empresas mais más do mundo", disse Olmo Gálvez, representante da Acampada del Sol. "Se eu não pudesse falar mal da Telefônica [principal patrocinadora do evento], não teria aceitado o convite", completou Leila.
Segundo Charles Lenchner, do Occupy Wall Street, a principal preocupação não é com as empresas e, sim, com a política. "Temos que ter certeza de que [grandes corporações] não controlem nosso governo e nossas leis."
TECNOLOGIA COMO PROTAGONISTA
Apesar de serem diretamente ligados a redes sociais, os três movimentos só foram possíveis por causa de uma base consolidada entre as pessoas, acredita a blogueira síria. "É bastante ofensivo aos protestantes nas ruas quando dizem que a tecnologia é a protagonista", disse. "Não é como um videogame, há gente morrendo de verdade."
Os três participantes do debate concordaram que a grande mudança que a tecnologia proporcionou foi permitir que a informação flua livremente. "A internet fez com que os cidadãos pudessem determinar o que é discutido na mídia", disse Lenchner, do Occupy Wall Street.
"Muita gente da esquerda latinoamericana acha que é uma boa ideia apoiar ditaduras porque elas são contra o 'império'", disse Leila. Graças à internet, diz ela, é possível que essas pessoas saibam como é a realidade na Síria.
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