Alvo de críticas de taxistas, Uber abre escritório em São Paulo
Chris Ratcliffe - 30.mai.14/Bloomberg | ||
O aplicativo Uber, acessado pelo iPhone |
Depois de estrear no Brasil no fim de maio, a start-up americana Uber inaugurou em São Paulo, na última segunda-feira (11), seu segundo escritório no país -o primeiro foi no Rio de Janeiro.
Mas, assim como em grande parte dos 42 países onde está disponível, o aplicativo Uber (para Android, iOS e Windows Phone) já tem gerado o descontentamento de alguns taxistas.
Lançado em 2009, o Uber é uma plataforma que conecta passageiros e motoristas.
É como um serviço de motorista particular sob demanda: o usuário pede um veículo pelo aplicativo no smartphone e o carro mais próximo é acionado. Uma vez no destino, o preço da viagem é cobrado do cartão.
Os automóveis, no entanto, não pertencem à Uber. Eles são dos próprios motoristas, que precisam atender a uma série de requisitos para se tornarem parceiros da empresa e usarem o aplicativo como fonte de renda.
Segundo Lane Kasselman, diretor de comunicação da start-up americana, o Uber é consequência de uma indústria de táxi que não investe em melhorias, já que não tem concorrência.
"O Uber é uma nova alternativa de transporte, que oferece uma experiência boa e diferente tanto para o passageiro quanto para o motorista", afirma o executivo, referindo-se à possibilidade de um avaliar o outro no aplicativo.
Kasselman nega que a plataforma tenha sido criada para concorrer com os táxis. Para ele, o serviço deve funcionar como "complemento".
PROTESTOS
Ainda assim, a ideia não agrada alguns taxistas. No fim de junho, cerca de 50 profissionais protestaram contra o Uber no Rio.
As manifestações se espalham pelo mundo, bloqueando vias de cidades como Londres, Berlim e Paris, reunindo milhares de motoristas. Em Madri e Barcelona, taxistas já fizeram greves de 24 horas contra o aplicativo.
No Brasil, de acordo com a lei federal nº 12.468, os taxistas detém a exclusividade do transporte individual remunerado de passageiros.
O Uber se defende afirmando que é uma companhia de tecnologia, e não do ramo de transportes.
Kasselman acredita que a expansão da plataforma vai pressionar os órgãos reguladores do país para que criem novas normas para o seu modelo de negócios.
"O Brasil é progressista quando o assunto são novas tecnologias", afirma.
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