BNDES faz parceria com banco alemão para investimento em blockchain

Tecnologia usada para criar bitcoin pode tornar transações mais seguras

Letras gigantes formam a palavra "blockchain" no Blockchain Centre, na Lituânia
Letras gigantes formam a palavra "blockchain" no Blockchain Centre na Lituânia - Petras Malukas - 14.fev.2018/AFP
São Paulo

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) firmou parceira com o KfW, o banco de desenvolvimento alemão, para investimentos em tecnologia blockchain —a mesma usada para criar a moeda digital bitcoin.

As duas instituições vão trabalhar em cooperação para aprimorar o software TruBudget, desenvolvido pelo KfW para melhorar a transparência e a eficiência no uso de recursos públicos que financiam o desenvolvimento.

Embora seja baseado em tecnologia similar à do bitcoin, o TruBudget não envolve o uso de uma moeda virtual.

"Trata-se de uma ferramenta de fluxo de trabalho que utiliza uma blockchain privada, e não pública, como a do bitcoin", explicou o BNDES em nota.

Segundo o banco, um teste piloto do aplicativo será feito até maio no Fundo Amazônia.

O fundo, que é gerido pelo BNDES e tem o banco alemão como um dos doadores, realiza operações financeiras não reembolsáveis, que são o foco do memorando de cooperação.

"Pelo acordo, o KfW fornecerá ao BNDES acesso ao repositório de software e gerenciará todas as outras plataformas e ferramentas relacionadas necessárias para colaborar e trabalhar na melhoria do TruBudget", disse o banco brasileiro.

A contraparte alemã também oferecerá suporte técnico à aplicação da ferramenta. 

O BNDES esclarece que não usará o TruBudget para fins comerciais "nem reivindicará a propriedade intelectual para o software ou uma versão modificada dele". 

COMO FUNCIONA

Bancos brasileiros vêm experimentando o uso da tecnologia blockchain com o objetivo de diminuir custos de transações e riscos.

Por meio do blockchain é possível distribuir dados pela rede de várias máquinas conectadas em locais diferentes. Cada máquina tem uma cópia do conteúdo, que é gerenciado de forma compartilhada.

Esses dados são armazenados em blocos de informação criptografada, o que torna impossível excluir uma informação depois que ela foi inserida no sistema. Também dificulta o trabalho dos hackers, porque cada mudança precisa ser validada por várias dessas máquinas.

Assim o blockchain funciona como um livro-caixa das transações, e sua falsificação é improvável, porque o sistema é descentralizado —como se, ao gastar R$ 5, o cliente enviasse a nota para mil endereços. Bancos como UBS e Santander já usam a blockchain para validar transações, por exemplo. 

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