Pai da realidade virtual sugere Facebook e Google pagos

Para Jaron Lanier, é preciso corrigir erro dos anos 1990 de achar que tudo na internet deveria ser de graça

Jaron Lanier durante palestra na TED, em Toronto
Jaron Lanier durante palestra na TED, em Toronto - Bret Hartman - 10.abr.18/TED
Fernanda Ezabella
Toronto

E se o Facebook não fosse gratuito? Ou se fosse necessária uma mensalidade para fazer pesquisas no Google? As ideias são do filósofo e visionário tecnológico Jaron Lanier, considerado um dos criadores de realidade virtual, numa das palestras mais provocativas do TED, evento de palestras que acontece até este sábado (14) em Vancouver.

"Não podemos ter uma sociedade em que, se duas pessoas quiserem se comunicar, o único jeito é se for financiado por uma terceira pessoa que deseja manipulá-las", disse Lanier, autor de diversos manifestos e livros. O mais recente, a ser lançado em junho, se chama "Dez Argumentos para Deletar suas Contas de Mídia Social Agora" (sem previsão no Brasil).

Para Lanier, 57, o consumidor teria mais vantagem se pagasse pelo Facebook, se livrando dos anúncios.

"O que começou como propaganda não pode mais ser chamada de propaganda. Virou modificação de comportamento."

Ele fundou em 1984 a empresa VPL Research, uma das primeiras a desenvolver e vender produtos de realidade virtual. A firma declarou falência em 1990 e suas patentes foram compradas pela Sun Microsystems.

Lanier sugeriu que Facebook e Google poderiam ter opções de serviço pago, da mesma forma como funciona para conteúdos de qualidade na TV, como Netflix ou HBO.

"Cometemos um erro nos anos 1990, quando a cultura digital tinha essa missão socialista, esquerdista, de que tudo na internet deveria ser de graça", afirmou Lanier. "Temos de corrigir isso."

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