Depois de Ronaldinho Gaúcho, Avaí entra no mercado das criptomoedas

Para se manter na série A, time de futebol catarinense lança sua própria moeda digital

Paula Soprana
São Paulo

O time catarinense de futebol Avaí lança nesta quarta-feira (12) sua própria criptomoeda, o Avaí FC Token. Em parceria com duas empresas britânicas, a SportyCo e a Blackbridge Sports, responsáveis por criar a infraestrutura para a operação, o clube pretende arrecadar de US$ 8 milhões (R$ 33,1 milhões) a US$ 20 milhões (R$ 82,2 milhões) na ICO (oferta inicial de moedas, na sigla em inglês).

A ICO serve para que investidores financiem o desenvolvimento de novas criptomoedas ou tokens. A do Avaí inicia no dia 3 de outubro e tem duração de um mês. É preciso atingir a meta para que o projeto vá para a frente. 

Representações das criptomoedas Ripple, Bitcoin, Etherum e Litecoin
Representações das criptomoedas Ripple, Bitcoin, Etherum e Litecoin - Dado Ruvic/Reuters

Nesse período, interessados poderão comprar o Avaí FC Token por um dólar. A moeda americana foi escolhida para atrair investidores internacionais. Como esse mercado funciona por especulação, qualquer pessoa pode adquirir o ativo avaiano e, mais tarde, revender por outro preço na moeda local. 

Depois dessa etapa, a expectativa do clube é de arrecadamento de US$ 32 milhões (R$ 132,96 milhões) a US$ 80 milhões com o projeto. O objetivo principal do time é conseguir estabilidade financeira para subir e se manter na série A.

"Sofremos com sucessivos rebaixamentos. Há quatro anos estamos no sobe e desce entre a série B e a série A, e a diferença de receita entre clubes maiores e menores é brutal, o que faz com que tenhamos dificuldade para competir. O objetivo é nos mantermos no médio e longo prazo estáveis na série A, e isso exige planejamento financeiro", diz Bruno Comicholi, responsável pelas relações internacionais do Avaí Futebol Clube.  

Segundo ele, o time criará um mercado exclusivo para torcedores e demais interessados no clube. Usuários poderão comprar produtos, serviços e experiências ligadas ao time a partir da criptomoeda. 

"Há muitas pessoas que adquirem tokens como reserva de capital, aguardando a valorização. Há interesse nesse tipo de investimento. Estamos listados em ao menos cinco corretoras", acrescenta Comicholi.

O Bitcoin, precursor entre as criptomoedas, está numa fase de baixa. A moeda digital chegou a valer US$ 20 mil no ano passado, mas hoje oscila na faixa dos US$ 6 mil. O valor de todas as criptomoedas já chegou a acumular queda de 70% este ano. 

Para o clube, isso não deve afetar a percepção do investidor, pois as iniciativas em torno de moedas digitais crescem mesmo com a oscilação de preço.
 
Outros times de futebol no mundo já lançaram ICOs, mas o Avaí diz que é o primeiro do mundo a criar uma moeda digital com seu nome. No último ano, clubes brasileiros, como Atlético-PR, e internacionais, como o inglês Arsenal, testam iniciativas nesse nicho ou buscam patrocínio de criptomoedas. 

Ronaldinho Gaúcho também lançou seu projeto de criptomoeda, o Ronaldinho Soccer Coin, cujo objetivo principal é a arrecadação de fundos para a construção de estádios.

Erramos: o texto foi alterado

O bitcoin chegou a valer US$ 20 mil no ano passado, e não US$ 32 mil, como informado em versão anterior desta reportagem.

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