Pelos menos três países proibirão ou restringirão algumas formas de veículo autônomo no ano que vem, de acordo com um grande relatório sobre o setor de tecnologia.
A companhia de pesquisa CCS Insight fez a previsão na quinta-feira (4) como parte do relatório "Future Lives", que publica anualmente.
As previsões anuais são acompanhadas atentamente pelos setores de telecomunicações e tecnologia, como barômetro quanto à maneira pela qual inovações --de roupas "inteligentes" a smartphones dobráveis-- podem mudar a vida das pessoas. Conheça ao lado seis das previsões.
Smartphones com telas dobráveis ainda demorarão a chegar
O mercado mundial de smartphones parece ter esbarrado em um obstáculo, em termos de inovação de design, e a companhia de pesquisa Insight CCS antecipa que aparelhos com telas dobráveis futuristas continuarão a ser um nicho de mercado ainda por mais uma década. Afirma, no entanto, que as inovações que possibilitam esse tipo de tela continuarão a avançar velozmente e que a segurança cibernética se tornará preocupação maior.
Biometria comportamental tornará celulares mais seguros
Destravar um celular usando uma impressão digital ou imagem de íris está se tornando mais comum, mas a CCS antecipa que será preciso fazer mais para melhorar a segurança, agora que registros médicos são enviados via celular e grandes transações financeiras são realizadas neles. Os pesquisadores preveem que uma nova modalidade de segurança, a "biometria comportamental", emergirá, para permitir que um celular reconheça seu usuário com base em sua forma de digitar, de rodar a tela ou de falar ao telefone.
Caminhões autônomos serão usados para a coleta de lixo
A CCS prevê que pelo menos cinco grandes cidades começarão a recolher lixo usando caminhões robotizados, nos próximos anos. A empresa acredita que a "tarefa utilitária" de recolher lixo seja ideal para áreas em que o tráfego geral é restrito, como bairros que só mostram movimento no horário comercial, ou grandes complexos empresariais. A montadora de origem sueca Volvo já desenvolveu um caminhão de lixo autoguiado, que testou em parceria com a Renova, uma empresa de coleta de lixo.
Mais países proibirão os carros autônomos
A CCS antecipa que pelo menos três países proibirão ou restringirão algumas formas de veículos parcialmente autoguiados, no ano que vem, devido a preocupações sobre a imaturidade da tecnologia e os potenciais riscos de segurança. Os pesquisadores preveem que uma sucessão de acidentes provocará medidas repressivas da parte das autoridades regulatórias e, em alguns países, uma proibição total aos veículos que rodam sem motorista.
Rastreadores de pet se tornarão grande negócio
A Amazon deve lançar um rastreador de animais --um pequeno aparelho que poderá ser afixado à coleira de um cachorro ou gato-- e o venderá a pouco mais que o preço de custo. A iniciativa é parte de uma tendência de produtos de tecnologia para animais. Há mais de 1,5 bilhão de cachorros e gatos no planeta, o que representa uma grande oportunidade de mercado que empresas como a Vodafone começaram a explorar como estratégia para a internet das coisas. A CCS estima que em 2020 haverá mais rastreadores de animais ativados em redes móveis do que relógios inteligentes da Apple.
Amazon realizará mais uma grande aquisição
As fusões e aquisições continuarão a acontecer em ritmo acelerado, especialmente no segmento de comércio eletrônico, no qual as maiores empresas de tecnologia buscam alianças ou a compra de cadeias de varejo físico. A Amazon, segundo a CCS, deve realizar mais uma jogada ousada, tendo mostrado seu interesse por isso ao adquirir a rede de supermercados Whole Foods Market por US$ 13,7 bilhões (R$ 52,8 bilhões, pelo câmbio atual) no ano passado. A consultoria espera que a gigante americana do comércio eletrônico adquira uma grande cadeia europeia de varejo, antes do fim do ano que vem.
CAUTELA
A CCS tem um histórico positivo em suas previsões, mas já houve momentos em que errou feio.
Dois anos atrás, previu que 1 milhão de "sapatos inteligentes", com rastreadores de atividades, seriam vendidos até 2018. Mas neste ano afirmou não esperar que os consumidores comecem a adotar "roupas inteligentes" --equipadas com sensores corporais e feitas de "tecidos inteligentes"-- antes de 2025.
A consultoria também previu que em 2016 a Micromax, companhia indiana de telefonia móvel, estaria entre os dez maiores fabricantes mundiais de smartphones neste ano, o que não ocorreu.
A CCS previu corretamente que o app de caraoquê Musical.ly seria vendido, mas a transação não envolveu o Facebook, como ela havia estimado, e sim a grande startup chinesa Bytedance.
Tradução de Paulo Migliacci
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