O Google entrou com recurso nesta terça-feira (9) contra uma multa recorde de 4.342 bilhões de euros (R$ 18,54 bilhões) que a União Europeia lhe impôs em julho por abuso de posição dominante com seu sistema operacional para dispositivos móveis Android, anunciou o grupo americano.
"Nós apelamos da decisão da Comissão Europeia sobre o Android perante o Tribunal da União Europeia", disse Al Verney, porta-voz do Google, em um e-mail enviado à agência de notícias AFP.
Em sua decisão em julho, Bruxelas acusou o Google de usar a enorme popularidade do sistema operacional Android em smartphones e tablets para promover o uso de seu próprio mecanismo de busca do Google e excluir seus rivais.
Margrethe Vestager, comissária europeia para assuntos de concorrência, ordenou que o Google "pusesse fim a essa prática dentro de um período de 90 dias ou sob pena de pagar multas de até 5% do volume médio diário global da Alphabet", a holding que comanda o Google
Em junho de 2017, a empresa já havia sido condenada pela Comissão Europeia a pagar uma multa de 2.424 milhões de euros (R$ 10,4 milhões) por favorecer seu comparador de preços Google Shoping no mecanismo de busca, em detrimento de serviços rivais.
O sistema operacional Android, usado por 80% dos dispositivos na Europa e no mundo, o equivalente ao iOS do iPhone da Apple, está na mira da Comissão Europeia há anos.
Em julho, a Comissão acusou o grupo californiano de ter forçado os fabricantes de dispositivos móveis a pré-instalar o aplicativo de pesquisa do Google e seu navegador Chrome para licenciar sua loja de aplicativos Play Store.
O presidente do Google, Sundar Pichai, havia anunciado em julho que o grupo recorria a sua condenação.
O apelo pode levar anos para ser julgado pela justiça europeia.
O Tribunal da União Europeia, composto por pelo menos um juiz de cada Estado-Membro, é uma das duas jurisdições do Tribunal de Justiça da UE, com sede em Luxemburgo.
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