Resultados da Amazon e Alphabet geram preocupações com crescimento

Gigantes começam a enfrentar concorrência mais acirrada das demais empresas de tecnologia

Reuters

As ações da Amazon tiveram a maior queda em quatro anos nesta sexta-feira (26), depois que suas perspectivas para as vendas no período de festas do fim do ano não atingiram as metas, gerando preocupações de que os queridinhos de tecnologia de Wall Street estejam finalmente começando a enfrentar uma concorrência mais forte.

Trabalhadores na Amazon center em Kent, Washington; este foi o segundo trimestre consecutivo em que a empresa do bilionário Jeff Bezos não conseguiu atingir as metas de vendas
Trabalhadores na Amazon center em Kent, Washington; este foi o segundo trimestre consecutivo em que a empresa do bilionário Jeff Bezos não conseguiu atingir as metas de vendas - Lindsey Wasson/Reuters

Este foi o segundo trimestre consecutivo em que a empresa do bilionário Jeff Bezos não conseguiu atingir as metas de vendas e, em conjunto com a decepção semelhante gerada pela proprietária do Google, a Alphabet, chacoalharam os mercados acionários.

Não houve rebaixamento nas classificações dos analistas de Wall Street, que quase universalmente apoiaram as perspectivas de longo prazo das empresas.

No entanto, vários analistas disseram que há sinais de que ambas as empresas estão começando a enfrentar uma concorrência mais acirrada das demais empresas de tecnologia e por parte das varejistas que foram ameaçadas pela Amazon nos últimos anos.

Agora, a empresa que devorou ​​varejistas tradicionais como Borders, Sears e Toys'R'Us, enfrenta desafios maiores de multinacionais que estão investindo pesado para competir, disse Thomas Forte, analista da D.A. Davidson&Co.

"Google, Microsoft e Walmart... são mais difíceis de matar", disse ele.

A receita dos negócios internacionais da Amazon, que representa 27,5% das vendas totais, esteve no centro da queda nos resultados, com o crescimento caindo pela metade em relação ao trimestre anterior, para 13,4 %.

"Não vemos qualquer problema estrutural real com a Amazon, mas quase todas as linhas do negócio estão desacelerando um pouco, e normalmente vemos outra desaceleração no varejo no quarto trimestre, e estamos lutando para identificar um catalisador", disse Ross Sandler, analista do Barclays.

A Amazon espera que as vendas no quarto trimestre subam entre 10% a 20%, para US$ 72,5 bilhões (R$ 266,41 bilhões), enquanto analistas esperavam um valor máximo de  US$ 73,9 bilhões (R$ 271,55 bilhões), de acordo com dados da Refinitiv.

Sua previsão de lucro operacional entre US$ 2,1 bilhões (R$ 7,72 ​bilhões) e US$ 3,6 bilhões (R$ 13,23 bilhões) também ficou abaixo das estimativas.

Diversos analistas consideraram as estimativas da empresa conservadoras e disseram que qualquer queda no lucro parece altamente improvável.

"No geral, a trajetória de crescimento da Amazon permanece sólida, incluindo publicidade, supermercado, farmácia e varejo especializado, bem como a Amazon Business e a Amazon Web Services", disseram analistas da Telsey Advisory Group.

Às 15h06, as ações a Amazon recuavam 6,8%, depois de caírem 10% na mínima da sessão, enquanto os papéis da Alphabet perdiam 1,27%, tendo recuado 5,56% no pior momento da sessão.

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