Fabricantes reeditam consoles em onda retrô de videogames

Nostalgia embala sucesso de jogos clássicos dos anos 1980 e 1990

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Colônia (Alemanha) | AFP

Os fãs de jogos eletrônicos não procuram apenas novidades no salão Gamescom de Colônia, Alemanha.

Também estão de olho nos antigos aparelhos recuperados dos sótãos. O “retrogaming” ocupa um espaço inédito no grande evento de jogos eletrônicos, onde o público vibra diante de consoles de outras épocas.

“Lembra a minha infância”, afirma a estudante Jackye Müller, 21, ao jogar Donkey Kong no Super Nintendo.

A alguns metros, um pai apresenta à filha ao Pong, um dos primeiros jogos eletrônicos, criado em 1972 e uma espécie de tênis em que cada jogador desloca uma raquete virtual para manter a bola na área da partida.

Um garoto joga o "Virtual Boy", da Nintendo, o primeiro console capaz de exibir gráficos 3D e lançado pela primeira vez em 1995, no salão de jogos retrô da principal feira de jogos digitais da Europa, a Gamescom, que mostra as últimas tendências do cenário de jogos de computador em Colônia, Alemanha - Wolfgang Rattay/Reuters

“O retrô está em todas as partes: nos filmes, na música, nos carros, nas roupas. Por que não nos jogos?” pergunta Christian Gleinser, desenvolvedor de jogos que funcionam com gráficos dos anos 1980.

“As pessoas querem se divertir com os amigos e gostam da facilidade na utilização, o pouco tempo para carregar e os pixels antigos”, completa.

Caminhando pelo evento é possível escutar as trilhas sonoras de jogos como Sonic, Mario Kart ou Pokémon.

Além dos colecionadores, alguns se acostumaram a voltar a jogar os games clássicos novamente, apesar de terem sido produzidos para um determinado console, graças a pequenos programas chamados “emuladores”, nem sempre legais, mas que permitem adaptar o jogo ao suporte.

O fenômeno é marcado sobretudo pelo envelhecimento da idade média dos jogadores: aqueles que se apaixonaram por esses jogos e personagens nos anos 1980 e 1990 podem agora compartilhar suas recordações, em suportes modernos, com os filhos e as novas gerações. 

“Constatamos o retorno do VHS e do vinil. O ‘retrogaming’ entra nessa tendência”, diz Fanny Renard, animadora do estúdio independente Goblinz.

A tendência estimula os fabricantes de consoles a reeditar seus modelos, assim como os catálogos com grandes sucessos dos últimos 30 ou 40 anos.

O grupo japonês Sega aderiu à tendência e vai lançar o Megadrive Mini (42 jogos). Dois famosos consoles da Nintendo, NES e Super NES, já foram reeditados, assim como o PlayStation (Sony) original.

“O fato de cada fabricante reeditar seus consoles demonstra que há um verdadeiro mercado”, diz Laurent Michaud, diretor de estudos da Idate.

“O preço de custo é muito baixo, tudo já foi amortizado há muito tempo, o que significa que isso gera margens adicionais para esses grupos.” Mas é difícil saber se a moda é passageira ou não.

“A realidade aumentada é um mercado de futuro para os jogos eletrônicos, mas o ‘retrogaming’ será algo diferente”, afirma Michaud. 

“Há potencial para virar um mercado real, mas nem muito importante em valor nem a longo prazo”, diz Andrew Kitson, da Fitch Solutions.

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